Economia

Oposição espanhola interpela governo sobre plano de ajuda aos bancos

Agência France-Presse
postado em 13/06/2012 09:15
Madri - A oposição pediu nesta quarta-feira (13/6) ao governo conservador que apresente detalhes sobre o plano de ajuda aos bancos, preocupada especialmente com as condições, quando Madri se recusa a usar o termo "resgate".



"Fale comigo: res-ga-te-. Resgate limitado, resgate financeiro, resgate light, resgate maravilha, mas resgate", disse a porta-voz do partido UPyD, Rosa Díez, no Congresso dos Deputados ao chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, antes de afirmar que nada vai acontecer com o conservador se reconhecer o termo.

[SAIBAMAIS]"Sabemos que serão impostas condições estritas que afetarão as pensões, o mercado de trabalho e os impostos indiretos", declarou o ex-ministro socialista do Trabalho Valeriano Gómez. O ministro da Economia, Luis de Guindos, respondeu que "não existirão condições adicionais de política fiscal nem de reformas estruturais" na ajuda europeia de um máximo de 100 bilhões de euros que a Espanha receberá para os bancos.

"Não teremos novas recomendações além das que a Comissão manifestou no procedimento de déficit excessivo em 30 de maio, sobre as quais o Ecofin e o Conselho Europeu se pronunciarão em breve", explicou De Guindos. Estas recomendações se referem principalmente aos impostos indiretos, especialmente o IVA, que Madri se recusa a aumentar.

O ministro da Economia, ao anunciar no sábado um acordo com os países da Eurozona para uma ajuda, destacou que as condições para o empréstimo se limitariam aos bancos e não representariam novos sacrifícios para os particulares. O governo rejeita desde então falar de "resgate".

"Os cidadãos querem saber se, de verdade, não vai representar mais sacrifícios ter que resgatar as entidades financeiras", afirmou a deputada socialista Inmaculada Rodríguez Piñero. Ela pediu a Rajoy que se "comprometa hoje, aqui, nesta Câmara, para que garante que o resgate das entidades financeiras espanholas vai servir para resgatar as famílias que não podem pagar suas hipotecas".

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