Rosana Hessel, Vera Batista
postado em 16/06/2012 10:04
O otimismo com que tenta convencer o eleitorado de que o Brasil está superando os estragos provocados pela crise global desapareceu ontem das palavras da presidente Dilma Rousseff, durante encontro com governadores e vice-governadores de 26 estados e do Distrito Federal. Ela traçou um quadro sombrio para o mundo, diante da gravidade da situação na Europa. ;Com o aproximar da eleição na Grécia, eu diria aos senhores que a luz no fim do túnel não está acesa. Estamos todos de olho naquilo que pode ser o pior: o período pós-eleitoral da Grécia;, disse. Em meio a um silêncio perturbador, ouviu-se a voz do ministro da Fazenda, Guido Mantega: ;Se me permite, presidente, há, sim, luz no fim do túnel. Só que é uma locomotiva vindo em sentido contrário;.O diálogo deixou claro o quanto o governo está preocupado com os impactos da crise sobre as economias emergentes, grupo que inclui o Brasil. O país praticamente parou nos primeiros quatro meses deste ano e são pequenas as chances de uma retomada forte no segundo semestre. O crescimento anual deve ficar próximo de 2%. Ciente desse quadro, a presidente pediu união aos presentes no Palácio do Planalto. E, para convencê-los de que o momento é de agir, anunciou uma linha de R$ 20 bilhões para os estados, dinheiro que será liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). A meta é ampliar os investimentos em infraestrutura e dar um sinal à arredia iniciativa privada de que não há riscos para se tirar projetos da gaveta. O aumento da produção é vital para a atividade sair do atoleiro. O prazo para a contratação da linha de financiamento termina em 31 de janeiro de 2013, prazo considerado curto pelos governadores.