Economia

"Indignados" protestam contra resgate de banco em Madri

Agência France-Presse
postado em 16/06/2012 20:25
Madri - Batendo panelas e aos gritos de "ladrões", milhares de pessoas protestaram neste sábado, em Madri, em frente à sede do Bankia para protestar conta o resgate público deste banco, que precipitou um volumoso plano de ajuda europeu ao setor bancário espanhol. Convocados por vários grupos do movimento dos "indignados", os manifestantes marcharam previamente durante duas horas.

Pelo caminho, pregaram cartazes em cada agência do Bankia, onde se podia ler as inscrições: "Este banco engana, frauda e tira as pessoas de suas casas", em alusão aos despejos de proprietários que não conseguiram honrar suas hipotecas e aos "produtos tóxicos" vendidos pela entidade.

Em frente à sede do banco, protegida por policiais da tropa de choque, os manifestantes gritaram: "Ladrões! Culpados", constatou uma jornalista da AFP.

"Não pagamos sua dívida", "Queremos uma solução, banqueiros na prisão", gritaram, ainda, os manifestantes, fazendo barulho com tambores, panelas e apitos.

"Começamos com as panelas quando o prêmio de risco superou os 500 pontos", contou Alejandra Pinel, estudante de direito de 25 anos, referindo-se à disparada das taxas de juros da dívida espanhola, que tornaram muito caro para Madri captar capital no mercado financeiro.

Os manifestantes denunciaram o resgate público de 23,5 bilhões de euros do Bankia e o plano de resgate europeu de até 100 bilhões de euros, destinado aos bancos espanhóis, cujos detalhes estão por definir.

"Resgate bancário = roubo cidadão", dizia um cartaz.

"Querem tornar esta dívida privada dos bancos em dívida pública", denunciou Oscar, desempregado de 46 anos.

Na quinta-feira passada, os "indignados" apresentaram uma denúncia contra a antiga direção do Bankia por "falsidade contábil" e "fraude mercantil".

Segundo o advogado Juan Moreno Yagüe, de acordo com o Código penal, poderiam ser condenados a penas de "um a seis anos de prisão", acrescentou.

O novo presidente do banco, José Ignacio Goirigolzarri, admitiu "erros" na criação do banco, surgido da fusão de sete cadernetas de poupança e sua entrada na bolsa em julho de 2011.

Desde então, o banco revisou suas contas e reconheceu perdas de 2,979 bilhões de euros, após ter publicado primeiro lucros de 309 milhões de euros. A ação perdeu desde então mais de dois terços de seu valor.

Trata-se da quarta denúncia contra o Bankia, após as apresentadas pelo sindicato Manos Limpias, considerado de extrema direita, o partido UPyD e uma facção do movimento Democracia Real Já.

A promotoria anticorrupção também abriu uma investigação preliminar para comnprovar se houve algum delito na criação do Bankia e sua entrada na bolsa.

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