Vera Batista
postado em 19/06/2012 15:01
Rio de Janeiro -- As práticas brasileiras para o desenvolvimento sustentado ainda têm muito que avançar, mas a expectativa é de que os Princípios para a Sustentabilidade em Seguros, que seguem as orientações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ; Iniciativa Financeira (Unep FI), sejam um incentivador para mudanças de comportamento. Na manhã desta terça-fira (19/6), o mercado segurador, por meio da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), assumiu o compromisso público de cuidar do planeta e criar formas de conscientizar a população sobre a necessidade de uma economia verde. Algumas empresas já vêm atuando com base nos valores apreciados pela ONU. Pesquisa da CNSeg, com apoio da BSD Consulting, constatou que, entre 28 empresas (que representam 87% do volume de arrecadação do mercado), 71% afirmaram conhecer os princípios e quase metade (43%) consideram os aspectos ambientais, sociais e governamentais (ASG), como parte do processo de desenvolvimento de produtos.Na análise de Solange Beatriz Mendes Palheiro, diretora-executiva da CNseg, dos entrevistados, 71% diariamente se empenham na redução do processo burocrático para análise de sinistro, 54% inserem aspectos ASG em campanhas de marketing e 32% consultam especialistas para aprender e desenvolver ASG na avaliação de riscos e aplicação aos seus produtos. A alta administração da empresa está intimamente envolvida com a economia sustentável em 29% dos casos e 46% das empresas se tornaram mais eficientes na divulgação de ações ambientais. Ficou claro, também, que 36% levam em consideração preço, qualidade e prazo, na seleção e avaliação de fornecedores. Porém, 32% incluem também aspectos de ASG nas relações com outras empresas. As seguradoras começam também a ampliar o contato com centros acadêmicos: 18% têm parceria com universidades e comunidade científica. São dados, segundo Solange, que mostram uma mudança de mentalidade.
O sinal de que o Brasil caminha na direção correta do desenvolvimento sustentado é um bom presságio de que as gerações futuras viverão de maneira mais confortável, para o governador americano Dirk Kempthorne e também presidente do American Council of Life Insurers (ACLI). Ele insiste que todos precisam estar atentos ao que vai acontecer com os idosos do futuro. Os mais velhos que, segundo ele, eram uma pequena parcela da população mundial, hoje já são 20% do total. No Japão, em breve, eles serão 50% do total. Em 2050, haverá, segundo ele, uma criança de um ano para cada idoso de 100 anos. No mesmo período, a China registrará um decréscimo da população: terá menos 42,7 milhões de pessoas. Enquanto no Norte da África, haverá um incremento de 277 milhões de habitantes (mais 63%).
;Precisamos nos preparar para essas mudanças que também são de responsabilidade da iniciativa privada. Muitos vivem dos benefícios do governo, mas os sistemas de aposentadoria não foram criados para sustentar pessoas por 20, 30 anos;, destacou. Nesse contexto, o político americano ressalta que não é possível ficar de braços cruzados esperando que os trabalhadores de hoje venham a sustentar os pais e avós e que acumulem o suficiente para tal. ;Os países emergentes não devem fazer promessas que não podem cumprir. As pessoas precisam intervir no seu próprio futuro;, reforçou.