postado em 19/06/2012 16:40
São Paulo ; O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira (19/6) que o Brasil vai crescer a um ritmo de 4% no quarto trimestre do ano, na comparação com igual período do ano passado. E que no primeiro semestre de 2013 a taxa de crescimento será acima de 4,5%.[SAIBAMAIS]Segundo Tombini, essa trajetória baseia-se em fatores como a sustentação da demanda doméstica, redução da taxa básica de juros e flexibilização das regras de recolhimento compulsório, que, de acordo com o presidente, melhora as condições de liquidez do sistema financeiro. ;A perspectiva de crescimento da economia brasileira é positiva. O crescimento irá se acelerar ao longo dos próximos trimestres. Nosso sistema financeiro é sólido, bem capitalizado, com níveis elevados de liquidez, provisão bem acima da média das principais economias avançadas e emergentes;. Tombini participou de debate, na capital paulista, promovido pela revista Istoé Dinheiro, com quatro ex-presidentes do BC: Pérsio Arida (1995), Gustavo Franco (1997 a 1999), Armínio Fraga (1999 a 2003) e Henrique Meirelles (2003 a 2011).
Dentre os fatores que permitem a sustentação da demanda doméstica no país, Tombini destacou a geração de empregos e renda. ;A economia brasileira continua gerando empregos e renda. Nos últimos 12 meses foram criados quase 1,4 milhão de novos postos de trabalho. A renda real do trabalhador permanece em ascensão. E isso se deve, dentre outros fatores, a queda da inflação;.
A perspectiva, de acordo com Tombini, é de declínio da inflação. ;O crescimento econômico tende a se materializar em um cenário de inflação em queda. A inflação ao consumidor, após alcançar 7,3% em setembro de 2011, vem recuando e atingiu 4,99% em maio deste ano. Uma desinflação significativa em um espaço de apenas nove meses. Para 2012, a taxa deve ficar em 4,2%;.
O presidente do BC destacou, ainda, que as medidas tributárias adotadas pelo governo federal também devem favorecer o crescimento. Ele citou a desoneração da folha de pagamentos e dos investimentos em ferrovias e redes de telecomunicação. ;Além disso, está sendo estudada a desoneração do preço da energia elétrica, que irá gerar resultados positivos em importantes segmentos produtivos;.
Para Tombini, esse crescimento estaria sustentado no consumo. ;As profundas transformações estruturais observadas nos últimos anos, combinados com elementos que garantem a sustentação da demanda doméstica e importantes estímulos introduzidos, indicam haver ainda espaço para ampliação do consumo;.
Para o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, é preciso aguardar para avaliar os resultados das medidas de incentivo tomadas pelo governo. ;Tendo a olhar com realismo. Um dos fundamentos do Brasil é ter uma economia equilibrada e crescendo a taxas compatíveis com o seu potencial. Não vemos um país crescendo muito acima do seu potencial, criando um desequilíbrio. Não há país imune a crise;.
Armínio Fraga, por sua vez, considera que as condições econômicas no país são boas para administração da crise. ;Mas não dá para evitar totalmente os efeitos [da crise]. Do ponto de vista conjuntural, o governo tem dado as respostas adequadas. O que falta é uma discussão de como manter o crescimento no longo prazo. Isso vai desde capacidade do próprio governo em investir, conseguindo mais espaço no Orçamento, até investimentos do setor privado;.