Jornal Correio Braziliense

Economia

Vasp lidera ranking dos caloteiros da Justiça trabalhista brasileira

A falida Viação Aérea São Paulo (Vasp) é a empresa que lidera a lista negra dos caloteiros de direitos trabalhistas. O Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), com 1,1 milhão de empresas ou pessoas físicas cadastradas como devedoras foi divulgado nesta terça-feira (19/6) pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em segundo lugar está o Banco do Brasil, com 2,4 mil processos, quase a metade dos 4,9 mil ações contra a Vasp. Estrela Azul, Caixa Econômica Federal, Banco Santander, Telemar, Petrobras, Viplan, Prefeitura de Ilheus, Banco Bradesco, são algumas das empresas listadas no cadastro negativo do órgão. Outras empresas falidas como Varig, Transbrasil, Gazeta Mercantil, Encol figuram no banco de dados recém criado e que será atualizado constantemente pelos 24 tribunais regionais do trabalho.

O empresário Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp e de outras empresas que também constam na lista negra dos devedores do TST, como Viplan, Voe Canhedo, Hotel Nacional e Wadel é a pessoa física com o maior números de processos com débitos na justiça do trabalho. Seus herdeiros também constam na lista. ;A família Canhedo ilustra entre os que mais possuem debito com a Justiça trabalhista;, comentou o presidente do principais devedores;, comentou o presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, João Oreste Dalazen. Segundo ele, existem 1,7 milhão de processos já julgados contra essas empresas e o valor total dos créditos trabalhistas a serem pagos é de R$ 34 bilhões.

As empresas e pessoas que fazem parte do BNDT ficarão proibidas de participar de licitações públicas. Dalazen ressente-se de uma brecha na lei que permite que as companhias e pessoas negativadas possam ter uma certidão positiva se simplesmente fizerem um depósito na Justiça. "É preciso que a lei trabalhista seja melhorada e atualizada, permitindo, entre outras coisas, que a Justiça do Trabalho também possa multar", destacou. No entanto, segundo ele, 61% dos processos no banco de dados do TST são contra companhias do setor de serviços e 20% da área de manufatura.