Rio de Janeiro - O setor de resseguros - que envolve contratos de risco com as seguradoras, para evitar quebradeiras generalizadas nos casos de grandes tragédias, - está insatisfeito com as mudanças de regras do governo brasileiro, que limitou em 20% a remessa dos contratos das empresas estrangeiras para as matrizes. Em pesquisa realizada ao longo do debate que aconteceu no 48; Seminário do International Insurance Society (IIS), com a plateia especializada, apontou que 31% dos presentes acusam o governo de desrespeitar os investidores, na tentativa de proteger o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB RE), de controle estatal, e que acabou falindo e sendo fatiado entre governo, Bradesco e Itaú.
A mudança de regras, para 30% deles, prejudicou as resseguradoras. Como conseqüência, 30% indicaram que o resultado das medidas protecionistas foi o aumento do preço do resseguro. Os debatedores evitaram, no entanto, criticar o processo de abertura do setor, que ocorreu em abril de 2008 - exige que 40% dos contratos das empresas internacionais sejam cedidos ao Brasil. Mas a mudança abrupta causou incômodo. Segundo Pedro Macedo, presidente da Mapfre (parceira do Banco do Brasil), o país está em processo de desenvolvimento, tem muitos riscos e precisa das resseguradoras internacionais.
[SAIBAMAIS]"Temos críticas à mudança de regras, porque tínhamos um plano e negócios e as alterações prejudicam e embaçam a transparência na comunicação com os acionistas", destacou. Jeff Colsolino, da Validus Holdings ressaltou a importância do Brasil e da América Latina, mas também se ressentiu . "Quando se restringe a oferta, o preço sobe", justificou. James Vickers, da Willis Re, da Turquia, tentou amenizar as críticas. Disse não acreditar em um retorno ao protecionismo. "São questões específica de jurisdições. Atualmente ninguém quer ser protecionista. A sociedade começa a entender que o resseguro está associado ao livre fluxo de capital", destacou.