O período de entressafra e a alta demanda no país fizeram o preço do açaí atingir alta histórica no mês de maio, refletindo no preço da polpa vendido em Belém (PA) e em outros estados produtores. Nos primeiros cinco meses do ano, o preço da fruta registrou um aumento de 25% e o valor médio do litro está em R$ 12,80.
Há 20 anos, o açaí era consumido apenas no Pará. Em meados da década de 1990 começou a se popularizar como energético e entrou na pauta de exportações. A demanda cresceu e o preço subiu. De acordo com o biólogo e geneticista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Charles Clement, o apelo do açaí reside no fato de ser uma fonte de energia eficiente e natural. "O óleo do açaí é pura energia. Nosso fígado degrada o óleo para criar o açúcar que é queimado no corpo quando realizamos atividades físicas. Por isso, o açaí faz sucesso entre atletas e em academias", afirmou.
O mais recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, aponta que o Brasil produziu 124 mil toneladas de açaí. O Pará, maior produtor, com 107 mil toneladas, concentra 87% da produção nacional. De acordo com o Ministério da Agricultura 70% do açaí do Pará é consumido no próprio estado, 20% vai para o restante do País e 10% para o exterior. Os Estados Unidos quadruplicaram o consumo do açaí brasileiro nos últimos anos. O produto nacional também é embarcado para o Japão, China e Rússia.
O Governo Federal estuda reajuste de 8% no preço mínimo do açaí para vigorar a partir de julho deste ano até junho de 2013. A proposta para o novo preço mínimo é de R$ 0,90. Atualmente, o preço mínimo é de R$ 0,83/Kg. A Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade é feita por intermédio de subvenção direta. O extrativista, enquadrado com agricultor familiar, tem direito a receber a diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo aprovado, toda a vez que o preço de mercado estiver abaixo do preço mínimo é subvenção direta, na conta do extrativista.