postado em 25/06/2012 17:13
O agravamento da crise na Europa não reduziu demanda por títulos públicos brasileiros, disse nesta segnda-feira (25/6) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Segundo ele, os investidores ainda estão confiantes no Brasil, apesar das turbulências internacionais. A procura pelos papéis do Tesouro Nacional, disse ele, continua consistente.;Apesar da crise na Europa, estamos nos aproximando do cenário positivo [da administração da dívida pública];, disse Garrido, ao explicar o resultado da Dívida Pública Federal em maio. Segundo ele, a redução da taxa Selic, que reduz o custo da dívida pública e a possibilidade de o país dar calote, está contribuindo para a confiança dos investidores na economia brasileira.
Por meio dos títulos públicos, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic, a inflação, o câmbio ou ser definida com antecedência no caso dos títulos prefixados.[SAIBAMAIS]
Os juros representam a desconfiança dos aplicadores. No caso dos títulos prefixados com vencimento em 2023, as taxas aceitas pelo Tesouro apresentaram pequena volatilidade em junho, mas voltaram a cair no fim do mês. No leilão do último dia 5, o Tesouro pagou 10,8% ao ano por esses papéis, pouco mais que as taxas registradas no fim de maio. No leilão da última quinta-feira (21/6), os juros caíram para 10,23% ao ano.
Garrido descartou a possibilidade de que o Plano Anual de Financiamento (PAF), que estabelece metas para a administração da dívida pública, seja revisado, mesmo com a trajetória de queda da taxa Selic ; juros básicos da economia. O PAF estabelece que a Dívida Pública Federal termine o ano entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhões. Em maio, no entanto, o total da dívida somava R$ 1,922 trilhão, abaixo do limite inferior do intervalo.