Economia

União Europeia quer supervisionar bancos e orçamentos da zona do euro

Agência France-Presse
postado em 26/06/2012 16:34
Bruxelas - A União Europeia (UE) quer supervisionar os sistemas financeiros e as contas públicas dos membros da zona do euro, como parte de um ambicioso plano de integração fiscal, que será debatido nesta quinta e sexta-feira (28 e 29/6) na cúpula europeia.

A ideia é avançar em direção a uma maior integração e coordenação do setor financeiro, orçamentário e das políticas econômicas dos 17 países que adotaram o euro, segundo um documento divulgado nesta terça-feira e assinado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; pelo chefe do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi; pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; e pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. "Para assegurar a estabilidade e o crescimento na zona do euro, os Estados membro devem atuar em coordenação sob uma regulamentação comum", disse o texto.

[SAIBAMAIS]No entanto, o documento também prevê um maior rigor no controle da política fiscal de cada Estado membro, além de rigidez nas exigências de déficit e dívida pública para os países incluídos no Pacto Fiscal europeu. Se um Estado membro quiser emitir mais títulos públicos, deverá pedir a autorização de Bruxelas. Se esse "marco sólido de disciplina orçamentária" se consolidar, em troca, "poderia ser considerada a emissão de títulos conjuntos", afirmam.



Segundo o texto, é uma forma de "solidariedade fiscal na Europa, que supõe que não apenas que o orçamento francês, mas também que o alemão, o italiano, espanhol sejam submetidos a análise", explica o ministro do Orçamento francês, Jérôme Cahuzac. "Não é ceder soberania, é compartilhar", afirma.

A situação na Espanha e no Chipre também estará no centro das discussões da cúpula, após ambos terem pedido oficialmente ajuda à zona do euro para recapitalizar seus bancos. Com eles, já são cinco os países da União Europeia que tiveram que recorrer a Bruxelas em busca de ajuda, depois da Grécia, Irlanda e Portugal.

Nenhum dos dois confirmou a quantia necessária, mas, segundo duas auditorias independentes, os bancos espanhóis precisariam de 62 bilhões de euros em um cenário extremo de crise. A zona do euro ofereceu até 100 bilhões de euros.

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