Economia

Negociações se intensificam antes de reunião crucial para o euro

Agência France-Presse
postado em 26/06/2012 18:09
Paris - A dois dias da decisiva reunião de líderes da União Europeia, crucial para o futuro da zona do euro, as negociações se intensificaram nesta terça-feira (26/6) ante o crescente nervosismo dos mercados, que não dão trégua aos países em dificuldades como Espanha ou Itália.

Os ministros de Finanças das quatro principais economias europeias (Alemanha, França, Itália e Espanha) estiveram reunidos neste terça-feira em Paris para preparar esta reunião sobre o futuro da zona do euro, imersa na crise de dívida na Europa em dezembro de 2009. Contudo, como tem ocorrido com frequência nos últimos encontros, os europeus não conseguiram convencer.

Após abrir timidamente em alta, as bolsas europeias fecharam em leve queda, ou próximas da estabilidade. O maior recuo foi da Bolsa de Madri, que perdeu 1,44%, após uma queda de 3% da véspera.

A Espanha continua concentrando as preocupações. O pedido de ajuda oficial do país à Eurozona para socorrer seu sistema financeiro não impediu que a agência de classificação de risco Moody;s reduzisse a nota de 28 instituições financeiras espanholas.

Neste contexto de fortes tensões, o Estado espanhol captou nesta terça-feira 3,077 bilhões de euros a três e seis meses pagando um rendimento muito superior ao da última emissão desse tipo, que em alguns casos foi triplicado. A Itália, por sua vez, emitiu 3,9 bilhões de euros da dívida também a taxas em forte alta.

Além da Espanha, Bruxelas também recebeu o pedido de ajuda do Chipre, cujo setor bancário vive enormes dificuldades por sua exposição à dívida grega, convertendo-lhe no quinto país a solicitar ajuda, depois de Grécia, Irlanda e Portugal. O Eurogrupo, integrado pelos ministros de Finanças da zona do euro, devem analisar estas demandas em uma reunião telefônica feita nesta quarta-feira (27/6).


"Não há mensagem tranquilizadora da Europa. A poucos dias da reunião europeia, as diferenças entre dirigentes europeus geram temores de imobilidade", dizem os analistas do Crédit Mutuel-CIC. Para evitar esta situação, as capitais europeias redobraram as iniciativas.

O titular francês de Economia, Pierre Moscovici, convidou a seus homólogos alemão, Wolfgang Schauble, italiano, Mario Monti (ou a seu adjunto Vittorio Grilli), e espanhol, Luis de Guindos, a Paris, quatro dias depois do encontro dos dirigentes destas quatro principais economias da Eurozona em Roma.

A Alemanha, economia líder da Europa, segue convencida de que a melhor maneira de combater a crise é a austeridade, e se mostra alheia aos pedidos de solidariedade de seus sócios.

"Quando penso na reunião, o que me preocupa é que haverá todo tipo de ideia de mutualização da dívida e poucas ideias de controle", afirmou em Berlim a chefe do governo alemão, Angela Merkel.

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