Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 27/06/2012 07:51
Taxas de juros em queda e prazos mais longos para pagamento de dívidas não estão ajudando as famílias a colocar as contas em dia. Tanto que o índice de calote disparou em maio, minando o consumo e as chances de retomada mais forte da economia neste ano, como deseja a presidente Dilma Rousseff. No geral, a inadimplência entre as pessoas físicas alcançou 8%, o segundo pior resultado em 12 anos da série histórica do Banco Central, atrás apenas dos 8,5% de maio de 2009, quando o país se debatia para sair da crise provocada pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. Nada, porém, chamou mais a atenção do que o atraso nos cartões de crédito, sobre os quais incidem juros de até 600% ao ano. Das faturas, 29,5% não são pagas há mais de 90 dias.Na avaliação dos técnicos do BC, o estouro do calote no cartão de crédito foi puxado, principalmente, pela nova classe média, que se esbaldou com as facilidades oferecidas por esse instrumento de compra. Sem saberem das armadilhas que estavam por trás do dinheiro de plástico, os consumidores gastaram o que podiam e o que não podiam. Como as faturas passaram a vir com valores elevados, decidiram quitar apenas o mínimo exigido pelos bancos, de 15%. O saldo devedor cresceu feito bola de neve, até que se tornou impossível de ser pago.