Economia

Petroleira britânica acusa empresa francesa de se envolver nas Malvinas

Agência France-Presse
postado em 27/06/2012 13:40
Londres - A gigante francesa da eletricidade, EDF, se envolveu indiretamente na exploração petroleira nas Malvinas através do grupo italiano Edison, que acaba de adquirir, segundo um comunicado da petroleira britânica Falkland Oil and Gas (FOGL).

"O grupo Edison chegou a um acordo com a FOGL, uma das companhias que participam na campanha de exploração nas Malvinas, o que o converte em sócio de seus projetos em troca de uma participação financeira", diz a nota. O grupo italiano obterá assim uma participação de 25% na zona de exploração norte e de 12,5% na zona de exploração sul, disse o FOGL. Em troca, o grupo italiano prometeu ajuda financeira de 90 milhões de dólares: 50 milhões para cobrir custos de exploração "históricos" e os investimentos do ano de 2012, e um pagamento separado de 40 milhões (a metade quando for concluído o acordo e o restante em 2013).

Segundo a britânica FOGL, o grupo Edison já pagou três milhões, não reembolsáveis, para garantir uma opção sobre o acordo de arrendamento em março. O grupo britânico anunciou também a chegada de um sócio, mas sem revelar sua identidade, devido à aquisição em curso da Edison por parte da EDF. A FOGL é uma das pequenas companhias britânicas que começaram em 2010 uma campanha de exploração petroleira em águas das Malvinas. Até agora, no entanto, só uma delas, a Rockhopper, já descobriu uma jazida que poderia ser explorada.

[SAIBAMAIS]O potencial petroleiro das Malvinas constitui um dos principais pontos de atrito na disputa pela soberania do arquipélago - que está sob domínio britânico desde 1833, mas que é reivindicado pela Argentina - e que já gerou em 1982 uma curta porém sangrenta guerra entre ambos países. Em meio à escalada de tensão diplomática entre os dois países coincidindo com o 30; aniversário do conflito, o governo argentino anunciou no início do mês o início de ações legais contra cinco petroleiras britânicas que operam em torno das ilhas, entre elas a FOGL, cujas atividades foram consideradas "clandestinas".



Londres replica que estas atividades são "legítimas", e já classificou reiteradamente as tentativas argentinas de intimidar o arquipélago de "ilegais, impróprias e totalmente contraproducentes". As Ilhas Malvinas, por sua vez, anunciaram no início deste mês que organizarão um referendo sobre seu status político em 2013 para demonstrar ao mundo que a população deste arquipélago quer continuar sendo britânica e "não tem nenhum desejo" de ser governada pela Argentina, conforme anunciou oficialmente a administração das ilhas.

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