Jornal Correio Braziliense

Economia

Secretário do Tesouro Nacional assegura cumprimento da meta fiscal

Apesar da queda do superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) em maio, o governo conseguirá estimular a economia sem comprometer as metas fiscais, disse nesta quarta-feira (27/6) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, os resultados fiscais fortes registrados no início do ano abrem espaço para a equipe econômica reduzir impostos e aumentar os investimentos federais.

;Exatamente porque vínhamos fortes no superávit é que pudemos adotar ações anticíclicas [fazer o governo abrir mão de receitas e gastar mais em momentos de desaceleração da economia]. Mesmo assim, há condições de manter o resultado primário e fazer essas medidas;, declarou o secretário. Ele destacou que o superávit acumulado de R$ 46,8 bilhões de janeiro a maio é o segundo melhor resultado da história, só perdendo para os R$ 53,4 bilhões economizados nos mesmos meses de 2008.

[SAIBAMAIS]Augustin disse não ter informações se a equipe econômica estenderá a desoneração para a linha branca (máquina de lavar, fogões, geladeiras e tanquinhos) e para pães e massas. Ele, no entanto, não descartou novas reduções de impostos caso haja necessidade. ;O governo vai trabalhar duro para que o crescimento seja aquilo que o Brasil deseja;, disse.

Apesar da eventual adoção de novas medidas anticíclicas, o secretário descartou a possibilidade de redução da meta de superávit primário para 2012. Segundo ele, a manutenção do esforço fiscal é essencial para que os juros continuem a ser reduzidos e para manter a confiança dos investidores no Brasil em meio à crise internacional. ;A crise econômica atual tem origem justamente nos países que se descuidaram das metas fiscais;, destacou.



O secretário reafirmou o cumprimento da meta fiscal cheia, de R$ 96,973 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Ele disse ainda que pretende reduzir o ritmo de crescimento do custeio (gastos com a manutenção da máquina pública), mesmo com as medidas de estímulo à economia. ;As últimas medidas, como as linhas de crédito para os estados e a compra de equipamentos, aumentam o investimento, não o custeio;, justificou.

Em maio, o Governo Central só registrou superávit primário graças ao pagamento de R$ 2,7 bilhões em dividendos pelo Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras. Embora Augustin admita que as parcelas de lucros das estatais são necessárias para manter o cumprimento da meta de superávit primário, ele ressaltou que o Tesouro não pediu a antecipação dos pagamentos. Em 2012, o Tesouro espera receber R$ 23,5 bilhões em dividendos de empresas da União.