postado em 28/06/2012 11:51
Bruxelas - Alemanha, França, Itália e Espanha realizaram nos últimos dias várias reuniões para preparar a cúpula europeia desta quinta (28/6) e sexta-feira (29) em Bruxelas sobre a crise da dívida. Estas são as posições de cada um sobre alguns dos pontos que serão debatidos.Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, insistiu nos últimos dias que não há uma "solução rápida (nem) fácil para a crise". As reformas estruturais nos países com problemas estarão "no topo da agenda" da cúpula, lembrou a chanceler, que deixou claro que o único remédio para sair desta crise é a austeridade e a disciplina fiscal.
Merkel apoia a proposta do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, de um superministério que controle e possa intervir nas entidades financeiras da Eurozona.
[SAIBAMAIS]A partir daí cederia em alguns pontos, como a emissão conjunta de dívida, embora - no momento - não mediante os eurobônus, e sim com uma versão mais "light". A Alemanha, o país mais solvente da Eurozona, também se opõe a uma recapitalização direta aos bancos, sem passar pelos Estados, como querem Espanha, França, Itália e a Comissão Europeia.
Mas a Alemanha também sabe que o tempo é curto. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, afirmou que seu país está disposto a ir "tão longe quanto necessário".
França
O presidente francês, François Hollande, pediu "soluções rápidas" e medidas de apoio aos "países que enfrentam dificuldades nos mercados" para se finaciar, como Espanha e Itália, que estão fazendo os deveres exigidos por Bruxelas.
Hollande está a favor da mutualização conjunta da dívida e da injeção de capital diretamente aos bancos, sem passar pelos Estados. Também aposta por "aprofundar a união econômica, monetária e política (em um futuro) para chegar a uma integração e a uma solidariedade".
Itália
O presidente italiano, Mario Monti, assim como o espanhol, Mariano Rajoy, está disposto a demonstrar seu compromisso com a integração e a disciplina fiscal europeia, embora isto envolva uma cessão de soberania, mas em troca espera obter uma flexibilização da posição da Alemanha.
Monti prevê colocar sobre a mesa sua ideia de que o fundo de resgate permanente (MEE) compre dívida nos mercados secundários de Itália e Espanha, pressionados pelos mercados.
E, assim como a Espanha, espera que o Banco Central Europeu (BCE) retome a compra de bônus soberanos dos países em dificuldades.
Espanha
O presidente de governo, Mariano Rajoy, vai à cúpula disposto a convencer seus sócios de que são necessárias soluções urgentes para sair da crise. "Temos que resolver o problema da sustentabilidade da dívida porque tudo isto não serve de nada se não pudermos nos financiar" nos mercados.
A Espanha aposta por "mais Europa", ou seja, por uma maior união bancária e fiscal, e se comprometeu a empreender reformas estruturais e a reduzir o gasto. A médio prazo, o governo espanhol busca que o fundo de resgate europeu recapitalize os bancos espanhóis, sem passar pelos Estados, e assim evitar que compute como dívida pública para seu país.