Economia

União Europeia busca fórmulas rápidas à crise econômcia em reunião

Agência France-Presse
postado em 28/06/2012 15:10
Bruxelas - Os dirigentes europeus iniciaram nesta quinta-feira (28/6) o debate de "medidas importantes" para sair da crise da dívida, em uma reunião de dois dias, na qual deverão superar as reticências da Alemanha e alguns dos pontos cruciais para reativar o crescimento na Itália e Espanha.

"Esperamos aprovar importantes medidas para reativar o crescimento e o emprego" na zona do euro, disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ao iniciar a reunião dos 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE). "As populações de nossos países estão preocupadas com o presente e nervosas com o futuro. Eles esperam que haja uma clara mensagem sobre o caminho a ser seguido, que é o que queremos alcançar e como chegaremos à meta", afirmou. "Espero que ao final da reunião consigamos avançar nessas frentes, os europeus esperam isso de nós", completou.

Segundo o primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, Itália, Espanha, Grécia, Chipre e Portugal estão em grandes dificuldades. "Caso não ajudemos, haverá um efeito dominó em toda a Europa, devemos tomar medidas de urgência", disse Di Rupo. Os dirigentes europeus estão ao menos de acordo quanto ao plano para estimular o crescimento anunciado há uma semana em Roma pelos presidentes de Itália, Alemanha, França e Espanha, estimado em 130 bilhões de euros, que será destinado a investimentos em infraestruturas transfronteiriças.

[SAIBAMAIS]Contudo, também deverão superar suas diferenças com seus planos para obter uma maior integração fiscal e bancária europeia, além de encontrar soluções urgentes para Itália e Espanha, países na mira dos mercados. "Devemos apresentar soluções rápidas para apoiar aos países que se estão em dificuldades nos mercados apesar ter havido esforços consideráveis", disse o presidente francês, François Hollande, ao chegar a Bruxelas, referindo-se à Itália e Espanha.



Espero que consigamos dar um "importante sinal de que por um lado precisamos de um pacto fiscal e por outro, apontar a reativação do crescimento e do emprego", disse a chanceler alemã Angela Merkel. O ministro alemão de finanças, Wolfgang Schauble, afirmou que seu país está disposto a ir "tão longe quanto necessário" para criar solução duradoura à crise da dívida na zona do euro, em uma entrevista publicada no Wall Street Journal.

Nos últimos dias, Merkel deixou bem claro que poderia contemplar algumas medidas como forma de emissão conjunta da dívida por parte dos países da zona do euro, mas só existe uma profunda integração europeia na qual os países membros conferem cada vez mais soberania à Bruxelas. "Até o momento, Merkel não cedeu em nada", admitiu uma fonte europeia.

Os dirigentes da União Europeia (UE) afinam uma "rota de fuga" para a integração fiscal, com um superministro de Finanças europeu com capacidade para intervir nos orçamentos de cada país e inclusive modifica-los, além de definir tetos de gasto e de dívida. Os dirigentes da UE tentam realizar o caminho para uma união bancária. Para isso, no entanto, terão que convencer a Alemanha a "romper o vínculo entre dívida pública e bancária", ou seja, que a recapitalização dos bancos seja feita diretamente, sem passar pelos Estados. Um assunto urgente para Espanha.

A Espanha pediu oficialmente ajuda esta semana à zona do euro para recapitalizar seus bancos. Contudo, segundo os acordos vigentes, o Fundo europeu de resgate só poderá fornecer os fundos através do Fundo público de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) espanhol.

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, também colocará sobre a mesa sua ideia de usar o fundo de resgate europeu para comprar dívida pública nos mercados secundários em países como Itália e Espanha. E para ampliar ainda mais a tensão dos mercado, os debates da reunião desta quinta-feira serão interrompidos às 18h45 GMT (15h45 de Brasília) durante a semifinal da Eurocopa-2012 entre Itália e Alemanha.

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