Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 29/06/2012 07:51
O discurso otimista sobre a economia propagandeado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não convenceu o Banco Central, instituição mais respeitada do governo de Dilma Rousseff. A autoridade monetária admitiu ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano crescerá menos do que os 2,7% de 2011 e há riscos de haver nova frustração em 2013, tamanha a gravidade da crise enfrentada pela Europa e pelos Estados Unidos, que está empurrando a China ladeira abaixo ; o país é o maior parceiro comercial do Brasil. Pelas contas do BC, o avanço do PIB será de apenas 2,5% (e não mais de 3,5%), um número ainda otimista ante as previsões do mercado financeiro, a maioria delas convergindo para uma taxa inferior a 2%. Seja como for, será o pior resultado desde 2009, quando a atividade encolheu ao ser engolfada pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana.Todos os indicadores analisados pelo BC para chegar a seu prognóstico mostraram a debilidade da economia brasileira, que não está reagindo, como esperado pelo governo, aos estímulos dados ao consumo. Os investimentos produtivos, que dão a dinâmica do PIB, vão aumentar apenas 1% neste ano, ante os 5% previstos anteriormente pela autoridade monetária. Já a produção industrial saltará 1,9% contra os 3,7% estimados em março. Na agricultura, em vez de crescimento de 2,5%, a perspectiva, agora, é de decréscimo de 1,5%. Esse quadro nada animador causou desconforto na presidente Dilma, segundo relato de seus assessores ao Correio, e uma reação de contrariedade de Mantega, que vinha detratando os bancos que passaram a projetar incremento inferior a 2% neste ano. Essas instituições acreditam, por sinal, que o BC voltará a diminuir a sua estimativa para o PIB de 2012.
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