postado em 02/07/2012 08:31
O Plano Real acabou com a temida hiperinflação, que chegou a 80% ao mês, e a derrubou para índices nunca imaginados. Em 1998, o custo de vista registrou alta de inacreditável 1,65%. Mesmo assim, no acumulado dos 18 anos de vigência do mais longevo pacote econômico da história do país, as famílias viram os preços subirem muito: 305,9%, conforme cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), usado pelo governo para fixar as metas oficiais de inflação. Significa que, na média, as despesas cotidianas ficaram quatro vezes maiores entre 1994 e 2012.Ainda que boa parte dessa inflação acumulada se deva aos primeiros três anos da implantação do Real, o Brasil convive com taxas acima de patamares toleráveis, se comparado aos países de economia desenvolvida. Em 2011, o custo de vida subiu 6,5%, a maior alta em sete anos, depois de oscilar entre 3,1 e 5,9%, o que mostra a gangorra de variação dos preços. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para até 2014 é de 4,5% ao ano, considerada alta inclusive por integrantes do atual governo. Está acima das taxas de países vizinhos, como Colômbia e Chile, onde o objetivo a ser perseguido pelos bancos centrais é de 3% anuais.