Agência France-Presse
postado em 04/07/2012 13:59
Bruxeas - Os ministros de Finanças da zona do euro, que se reunirão em 9 de julho em Bruxelas, "provavelmente" celebrarão outra reunião no dia 20 deste mês para firmar o programa de ajuda ao setor financeiro da Espanha, informaram nesta quarta-feira (4/7) fontes europeias.Segundo estas fontes, há uma grande chance de que o Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês), que formaliza o plano de ajuda ao setor bancário espanhol, seja firmado no dia 20 de julho, já que para a reunião desta segunda-feira não estarão prontas as novas provas de resistência realizadas nos bancos espanhóis.
O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, disse nesta terça-feira em Madri que "está negociando com a Comissão" europeia as condições de ajuda aos bancos, para poder anunciar a quantidade necessária já em 9 de julho. O porta-voz para assuntos econômicos, Simon O;Connor, disse que a missão de avaliação na Espanha está indo bem. "Podemos chegar a um acordo político na segunda-feira, mas que será firmado mais adiante", antes do final de julho.
[SAIBAMAIS]Um diplomata recordou ainda que há muitas coisas na agenda desta segunda-feira além de Espanha, entre elas a ajuda a Chipre e Grécia. A zona do euro se comprometeu no início de junho a proporcionar uma linha de crédito de até 100 bilhões de euros para recapitalizar os bancos espanhóis, gravemente afetados pelo estouro da bolha imobiliária em 2008. Contudo, uma segunda avaliação aos bancos depende do montante exato que a zona do euro emprestará à Espanha.
"Temos uma avaliação global segundo a qual, no pior dos casos, as necessidades serão de 62 bilhões de euros", recordou nesta terça-feira De Guindos, citando as necessidades máximas que têm sido estipuladas pelas firmas Roland Berger e Oliver Wyman sobre as necessidades dos bancos espanhóis. "O processo (de negociação) está bastante avançado e, a princípio, tudo parece indicar que o fundo de resgate europeu permanente, representado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) estará disponível" para proporcionar esta ajuda, disse Luis de Guindos.
Além do montante, o Memorando de Entendimento precisará as condições do empréstimo, entre elas os vencimentos, os períodos de carência e as taxas de juros a serem pagas pelo crédito. De Guindos já havia dito que tentaria obter créditos "de longo prazo, com período de carência e taxas reduzidas". Ele também afirmou que seriam levados em conta os acordos preliminares com vencimentos de "ao menos 15 anos e taxas de juros entre 3% e 4%". Bruxelas também deverá definir as condições (reformas) que serão exigidas pela Espanha em troca desta ajuda.