Economia

Diretora-geral do FMI afirma que economia global crescerá menos

postado em 06/07/2012 09:38

Tóquio - A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu nesta sexta-feira que o crescimento mundial registra desaceleração e será inferior ao previsto há três meses pela instituição.

"Numerosos indicadores da atividade econômica - investimentos, emprego, produção - têm se deteriorado. E não só na Europa ou nos Estados Unidos, mas também em numerosos países emergentes chave como Brasil, China e Índia", precisou ela de Tóquio, em meio a uma visita de dois dias ao Japão, que receberá em outubro a reunião anual do FMI e do Banco Mundial. "O que posso dizer é que a atividade econômica está com tendência de baixa e que as próximas previsões serão certamente inferiores às que publicamos há três meses", disse Lagarde. No mesmo evento, ela elogiou os progressos alcançados pelos países europeus na reunião de cúpula de Bruxelas de junho, mas afirmou que será preciso fazer mais para sair da crise.

[SAIBAMAIS]Nas previsões de abril, o FMI previa um crescimento mundial de 3,5% para este ano e de 4,1% para 2013. "Por isso, as novas previsões de crescimento mundial que o Fundo irá publicar em dez dias serão um pouco mais baixas, ainda que sem grandes alterações com relação às últimas apresentadas em meados de abril", disse a diretora. Segundo Lagarde, algumas regiões estão mais afetadas que outras pela crise mundial que tem afetado a Europa, mas que nos últimos meses têm sido feitos esforços extraordinários para resolver os problemas de endividamento, financeiros e econômicos.



Entre eles, ela destacou o acordo alcançado na semana passada pelos dirigentes europeus, que se encaminha para uma boa direção. Durante a reunião de Bruxelas, os governantes da Eurozona decidiram instaurar um mecanismo que permitiria recapitalizar diretamente os bancos por meio dos fundos de emergência europeus e que estes poderiam comprar dívida pública dos países em dificuldades no mercado sencundário. Os europeus também decidiram criar um mecanismo único de supervisão financeira. O Banco Central Europeu também concordou esta semana em reduzir a um nível histórico, de 0,75%, sua taxa de referência para tentar reativar a economia.

"Sempre dissemos que além de um mecanismo de ajuda preventivo, além da intervenção do Banco Central, precisamos de uma zona do euro mais unida, não só com uma moeda única, mas sim com uma união bancária e uma união orçamentária", disse Lagarde. Os europeus decidiram ampliar sua união bancária e, para nós, a próxima etapa será uma união orçamentária que complete a união monetária e bancária". Interrogada sobre o ceticismo com que têm sido recebidos todos estes acordos europeus, Lagarde afirmou que levará um certo tempo para que os mercados, os investidores e os banqueiros digiram este tipo de decisão. Durante sua visita à Tóquio, a diretora-gerente se reuniu com o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, e outros responsáveis do país.

O Japão anunciou em abril que aportará 60 bilhões de dólares adicionais ao fundo para ajudar a fazer frente à crise, em particular à dívida da Europa. Lagarde agradeceu ao governo japonês, assim como pelos esforços de consolidação orçamentária, alguns dias depois da adoção no Parlamento de uma lei que prevê subir de 5% a 10% os impostos ao consumo até outubro de 2015. A chefa do FMI prevê pronunciar um discurso em uma universidade de Tóquio antes de viajar a Jacarta (8 a 10 julho) e depois a Bangkok (11 e 12 julho).

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