Agência France-Presse
postado em 10/07/2012 14:41
Ao integrar a OMC, a Rússia deverá reduzir suas tarifas alfandegárias, que passarão, de acordo com Belooussov, de 9,5% para 6% até 2015. Uma medida que vai aumentar a concorrência, oferecendo aos produtores estrangeiros um maior acesso ao mercado russo .Os críticos do projeto acreditam, contudo, que isso permitirá aos estrangeiros inundar o mercado com seus produtos baratos, levando à falência inúmeras indústrias herdeiras do período soviético.
"O que a Rússia quer, além de satisfazer a vaidade de seus líderes atuais?", questionou o comunista Sergei Rechulski. "Não temos nada para vender, exceto armas e fertilizantes", acrescentou.
Ele também criticou a redução de subsídios estatais, principalmente na agricultura, que devem passar de 9 bilhões de rublos (222 milhões de euros) para 4,4 bilhões até 2018 (108 milhões de euros). "Quem ainda duvida que este é um programa de destruição da agricultura?" lançou.
O Partido Comunista e o Rússia Justa (centro-esquerda) tentaram recorrer ao Tribunal Constitucional para bloquear a ratificação do protocolo, mas não obtiveram sucesso na segunda-feira.
O secretário americano de Comércio Exterior, Ron Kirk, comemorou o resultado da votação em um comunicado.
Ele ressaltou que a integração da Rússia oferecerá aos Estados Unidos novas oportunidades. Kirk voltou a exortar o Congresso americano a abolir a emenda Jackson-Vanik, uma lei da Guerra Fria que impede as exportações dos Estados Unidos para a Rússia.
O país, última grande potência a ser incorporada à OMC, conseguiu em dezembro passado a permissão dos países da organização para sua adesão, após 18 anos de negociações difíceis.
Este texto deve ser aprovado pelo Conselho da Federação (câmara alta) e depois assinado pelo presidente Vladimir Putin, para entrar em vigor 30 dias depois. A Rússia será o 156; membro da organização.