Economia

Euro mantém papel de destaque na economia internacional em 2011

Agência France-Presse
postado em 11/07/2012 14:22
Frankfurt - O euro conservou em 2011 seu posto de segunda divisa mundial, apesar da crise da dívida que atinge alguns países que utilizam a moeda única, segundo um relatório do Banco Central Europeu (BCE), publicado nesta quarta-feira (11/7).

"O papel internacional do euro foi relativamente resistente em 2011", comentou o presidente do BCE, Mario Draghi, na introdução deste relatório anual. Contudo, a participação do euro nas reservas mundiais de divisas estrangeiras recuou ligeiramente em 2011, a 25%, contra 25,4% ao final de 2010.

Segundo o BCE, houve uma ligeira queda das divisas em euros em mãos de investidores de fora da zona do euro no final do ano passado, depois de um primeiro semestre estável.

Esta queda coincide com o agravamento da crise da dívida observada na zona do euro durante o 2; semestre de 2011, que se transformou em uma crise bancária. Contudo, "globalmente", a crise da dívida soberana não afetou o euro", de acordo com o relatório sobre "O Papel Internacional do Euro".

A moeda única, no entanto, ainda está muito atrás do dólar, representando 62,1% das reservas mundiais de divisas no ano passado, frente a 62,2% ao final de 2010.

O BCE afirma que o sistema monetário internacional está se convertendo em "tripolar", com referência à moeda chinesa, o yuan, que "gradualmente desempenha um papel internacional mais relevante".



Os analistas da instituição monetária de Frankfurt (oeste) enfatizaram em seu estudo o papel emergente da moeda chinesa como divisa de reserva, o que amplia a influência da China na economia mundial e na região asiática em particular.

[SAIBAMAIS]O BCE estudou ainda "o apetite" dos investidores estrangeiros pela dívida pública dos países da zona do euro desde 2008. A demanda por títulos da dívida se manteve bastante bem desde a quebra do Lehman Brothers e da crise financeira e econômica que veio em seguida, nos dois últimos trimestres de 2011.

Já a demanda por títulos da dívida pública norte-americana e japonesa recuaram depois do episódio do Lehman Brothers, voltando a subir em 2011. A continuidade da importância do euro, se deve, em parte, ao fato de os Estados Unidos também ter gerado fortes preocupações no período.

De acordo com uma análise feita no encontro anual de economistas em Aix-en-Provence, França, a economia mundial, que na realidade ainda não se recuperou da recessão de 2009, continua pendente da solução da crise europeia, mas também exige atenção aos Estados Unidos e aos países emergentes, que apresentam sinais preocupantes, disseram economistas reunidos no sul da França.

"Não foram feitas ainda as reformas necessárias para esboçar uma recuperação e por isso as mesmas causas continuam produzindo os mesmos efeitos", disse Olivier Pastré, professor universitário e membro do círculo de economistas que organiza anualmente debates em Aix-en-Provence.

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