Economia

Executivo tem munição para defender a economia, diz presidente do Santander

Marcílio de Moraes/Estado de Minas
postado em 13/07/2012 08:41
A crise financeira na Europa e os indicadores negativos da economia brasileira no primeiro semestre não reduziram o otimismo do presidente do Banco Santander Brasil, Marcial Portela Alvarez. Para ele, os próximos meses serão melhores e o país deve chegar ao fim do ano com ritmo de crescimento entre 3% e 4% e registrar expansão nos próximos três anos. Marcial avalia que a alta da inadimplência da famílias é um problema conjuntural provocado, em parte, pelas medidas restritivas adotadas pelo governo no início de 2011. ;Elas foram um pouco mais forte do que precisava. Mas, depois, as autoridades fizeram uma correção importante, que foi a queda da taxa de juros;, afirmou o executivo ao Correio. O Santander, por sinal, está apostando no aumento do crédito e, ontem, cortou os juros das principais linhas de crédito ao consumidor.Marcial descartou a venda de ativos no país ao afirmar que o banco busca oportunidades de compra no Brasil.


Como o senhor está avaliando a situação hoje no Brasil?.
Fechamos um semestre no qual a procura por crédito caiu
e a inadimplência aumentou muito. Ou seja, mexeu diretamente
com os bancos. O senhor imagina que isso mude a partir das medidas do governo?
Sim. Nos últimos trimestres o PIB ficou bem abaixo do esperado pelos agentes e pelos operadores, não só pelo governo. Teve um PIB muito baixo no primeiro semestre e, logicamente, a expectativa do ano vai ser bem abaixo do que era contemplado há seis meses ou um ano atrás.

E qual era a previsão do Santander para
o PIB no início do ano e agora?
Estávamos trabalhando com um incremento do PIB de 3% ou 3,5% neste ano. Hoje, prevemos 2%, aproximadamente. A inadimplência, para nós, é um problema mais conjuntural do que estrutural, porque estamos vendo uma fortaleza grande no nível de emprego. A inadimplência responde a múltiplos fatores. De um lado, a ascensão de grupos sociais que antes não tinham crédito e agora podem tomar empréstimos, mas nem sempre têm formação financeira suficiente para graduar bem o nível de endividamento. Os bancos também não avaliaram bem a capacidade de endividamento desse grupo de famílias. De outro lado, há alguns fatores como os spreads elevados dos bancos, em resposta a algumas medidas econômicas que foram tomadas no início de 2011.



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