Vera Batista
postado em 15/07/2012 09:59
O mercado financeiro continua um mistério para a maioria da população brasileira. Poucos sabem a diferença entre aplicar em ações, fundos de investimento ou títulos públicos. A Bolsa de Valores de São Paulo (BM), por exemplo, apesar das perdas registradas desde o início da crise econômica de 2008 %u2014 despencou quase 11% nos últimos 12 meses %u2014, exibe ampla gama de oportunidades. Ações baratas, com perspectivas de bom desempenho e altos lucros para o investidor, segundo especialistas. Porém, de um universo de 86,3 milhões de pessoas economicamente ativas e ocupadas (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE), o número de investidores na Bolsa, até maio de 2012, era de 576.042 pessoas.
A disparidade se fundamenta no medo e no desconhecimento, causados por traumas da inflação galopante que o Brasil viveu até a década de 1990, lembrança da quebra da Bolsa do Rio (BVRJ), em 1989, e pelo descaso do governo com a educação financeira, segundo Cauê Penedo, da TOV Corretora. Pesquisa da TOV Educacional, braço pedagógico da empresa, feita com 172 alunos do curso básico de introdução ao mercado financeiro apontou que 65% dos entrevistados já ouviram falar que há meios de lucrar mesmo com a Bolsa em baixa. No entanto, 45% não investem por falta de conhecimento, 33% deixam o dinheiro parado, 25% o colocam na caderneta de poupança, 15% acham que bolsa é mercado de risco e apenas 8% optam por renda variável.
%u201CO mercado é rico em operações. Infelizmente, ainda predomina a triste memória do passado. Nosso intuito é formar 5 mil novos investidores por ano, ensinando a separar mitos de verdades. Além disso, queremos incentivar o governo a educar a população desde cedo, nas escolas%u201D, explicou Cauê Penedo, diretor da TOV Educacional. O professor de matemática Wilson de Carvalho Sales Filho também entende que %u201Co problema é a falta de base de matemática financeira%u201D. Há 30 anos lecionando em universidades, Sales Filho garante que 95% dos brasileiros se assustam quando os cálculos exigem além da aritmética elementar. %u201CA saída é aprender. Não existe milagre%u201D, ressalta.
