Rio de Janeiro - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu para que o Brasil aumentasse a produtividade e reequilibrasse a demanda no país, com mais incentivos aos investimentos que ao consumo, conforme anunciado em sua revisão anual sobre a economia brasileira, divulgada nesta sexta-feira (20/7). "Isso ajudaria a garantir um crescimento forte e balanceado no futuro", afirma o Fundo em seu relatório, conhecido como Artigo IV.
Segundo o FMI, equilibrar de maneira apropriada as políticas às condições econômicas em constante mudança e aumentar a economia e o investimento serão importantes desafios para o futuro. "Apesar de sua recente e significativa depreciação, o real, que tem sido cotado em torno de duas unidades por dólar, permanece forte", diz a análise.
[SAIBAMAIS]Para o FMI, os bancos brasileiros estão bem posicionados para enfrentar turbulências e o sistema financeiro está bem supervisionado, mas o rápido crescimento do crédito ao consumo, os preços imobiliários em alta e a expansão do crédito bancário precisam de vigilância contínua, prudente e cuidadosa.
O FMI elogiou os passos dados pelo governo brasileiro para fortalecer a economia e a competitividade, inclusive através das reformas da previdência e fiscal, mas enfatizou a necessidade de mais reformas para aumentar a produtividade.
O Fundo também estimulou o Brasil a cumprir sua meta de déficit para este ano para aumentar a credibilidade de sua política fiscal e continuar diminuindo a proporção da dívida com relação ao PIB.
Na semana passada, o FMI revisou para baixo suas perspectivas de crescimento para o Brasil em 2012, de 3,1% a 2,5%, a mesma cifra projetada pelo Banco Central do Brasil. Contudo, o mercado nacional espera que o país cresça apenas 2,05%. Em 2011, o Brasil cresceu 2,7%, após um desempenho espetacular de 7,5% em 2010.
O Brasil, que saldou em 2005 de forma antecipada sua dívida com o Fundo, anunciou no mês passado que assim como outros emergentes aportará 10 bilhões de dólares para aumentar a capacidade do FMI de emprestar às nações em crise, um passo que lhe deixa em posição de força para exigir reformas na estrutura da governança econômica mundial.