Economia

FMI pede ao Brasil mais equilíbrio entre investimento e consumo

Agência France-Presse
postado em 20/07/2012 15:15

Rio de Janeiro - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu para que o Brasil aumentasse a produtividade e reequilibrasse a demanda no país, com mais incentivos aos investimentos que ao consumo, conforme anunciado em sua revisão anual sobre a economia brasileira, divulgada nesta sexta-feira (20/7). "Isso ajudaria a garantir um crescimento forte e balanceado no futuro", afirma o Fundo em seu relatório, conhecido como Artigo IV.

Segundo o FMI, equilibrar de maneira apropriada as políticas às condições econômicas em constante mudança e aumentar a economia e o investimento serão importantes desafios para o futuro. "Apesar de sua recente e significativa depreciação, o real, que tem sido cotado em torno de duas unidades por dólar, permanece forte", diz a análise.

[SAIBAMAIS]Para o FMI, os bancos brasileiros estão bem posicionados para enfrentar turbulências e o sistema financeiro está bem supervisionado, mas o rápido crescimento do crédito ao consumo, os preços imobiliários em alta e a expansão do crédito bancário precisam de vigilância contínua, prudente e cuidadosa.

O FMI elogiou os passos dados pelo governo brasileiro para fortalecer a economia e a competitividade, inclusive através das reformas da previdência e fiscal, mas enfatizou a necessidade de mais reformas para aumentar a produtividade.

O Fundo também estimulou o Brasil a cumprir sua meta de déficit para este ano para aumentar a credibilidade de sua política fiscal e continuar diminuindo a proporção da dívida com relação ao PIB.



Na semana passada, o FMI revisou para baixo suas perspectivas de crescimento para o Brasil em 2012, de 3,1% a 2,5%, a mesma cifra projetada pelo Banco Central do Brasil. Contudo, o mercado nacional espera que o país cresça apenas 2,05%. Em 2011, o Brasil cresceu 2,7%, após um desempenho espetacular de 7,5% em 2010.

O Brasil, que saldou em 2005 de forma antecipada sua dívida com o Fundo, anunciou no mês passado que assim como outros emergentes aportará 10 bilhões de dólares para aumentar a capacidade do FMI de emprestar às nações em crise, um passo que lhe deixa em posição de força para exigir reformas na estrutura da governança econômica mundial.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação