Economia

Roma e Paris negam afirmação espanhola sobre execução de acordos

Agência France-Presse
postado em 24/07/2012 15:52
Madri - Itália e França negaram nesta terça-feira (24/7) a afirmação feita pela Espanha de que os três países exigem a "execução imediata dos acordos da reunião europeia de junho", na qual foi decidido que os fundos de resgate podem comprar dívida dos países em dificuldades.

"A rapidez é uma condição essencial para o êxito de qualquer atuação europeia" e "há uma lacuna preocupante entre a decisão tomada pelo Conselho Europeu e a execução de tais acordos", afirma o secretário de Estado espanhol para a União Europeia, Iñigo Méndes de Vigo, citado neste texto.

Contudo, o ministro francês de Assuntos Europeus negou nesta terça-feira a afirmação espanhola. "Não houve gestão conjunta com Itália e Espanha. Não pedi uma aplicação imediata dos acordos. Seguimos as decisões adotadas na reunião europeia e trabalhamos nele", disse o ministro Bernard Cazeneuve em declarações à AFP.

O governo italiano, por sua vez, disse em uma nota que "não foi informado" sobre o pedido e manifestou seu "estupor" pela iniciativa anunciada em um comunicado.

Os 17 países da Eurozona decidiram na reunião dos dias 28 e 29 de junho que os fundos de ajuda - como o FEEF e seu sucessor, o MEE - podem comprar dívida no mercado secundário dos países em dificuldades.



Foi decidido também que os fundos podem recapitalizar diretamente os bancos, uma exigência da Espanha, sem que isso contabilize como dívida pública.

[SAIBAMAIS]Contudo, ainda há muitas dúvidas quanto à execução desses acordos. No caso do MEE, em particular, ainda existe a barreira da rejeição alemã à mutualização da dívida, o que impede que o fundo exerça plenamente sua função.

O MEE, cuja entrada em vigor estava prevista inicialmente para primeiro de julho, não estará pronto antes do final de setembro, pois o Tribunal Constitucional alemão deve se pronunciar sobre sua constitucionalidade em 12 de setembro.

O mecanismo será dotado de uma capacidade de empréstimo de 500 bilhões de euros.

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