postado em 25/07/2012 06:35
Pelo segundo mês consecutivo e depois de apresentar queda durante todo o segundo semestre do ano passado, o número de famílias endividadas aumentou em julho. Dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostram que o índice de lares com débitos subiu de 57,3% para 57,6%, devido, principalmente, aos elevados juros que ainda sufocam quem compra a prazo ou precisa de um empréstimo. Segundo a economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), além de as famílias que já tinham dívidas não terem tido condições de reduzi-las, várias pessoas que entraram no mercado de trabalho nos últimos meses acabaram recorrendo a algum tipo de débito. ;Apesar da desaceleração na criação de postos de trabalho, o mercado continua aquecido. E quem consegue assinar a carteira fica em situação mais confortável para comprar a prazo, por exemplo;, observou.
Aqueles, porém, que dependem do próprio negócio para sobreviver estão mais sujeitos às turbulências da economia. É o caso do comerciante Paulo Sérgio Valcácio, 43 anos. Dono de uma loja de produtos agropecuários, ele viu as vendas caírem drasticamente. Para complementar o orçamento, acumulou dívidas de quase R$ 22 mil, dos quais R$ 17 mil por meio de um empréstimo pessoal. Para tentar sanar o quadro de dificuldade, ele, a mulher Telma, 42, e os dois filhos, Felipe, 15, e Thaline, 21, decidiram cortar uma série de despesas, sobretudo com o lazer. ;Estamos fazendo um esforço danado para não cair de novo no cheque especial;, disse.