Economia

Grécia anuncia cortes de 11,6 bilhões de euros para os próximos dois anos

Agência France-Presse
postado em 26/07/2012 12:52
Atenas - O governo grego fechou um novo pacote de cortes de 11,6 bilhões de euros para os orçamentos de 2013 e 2014, com o objetivo de cumprir as reformas estruturais prometidas aos credores, informou uma fonte do Ministério das Finanças.

As áreas afetadas pelos ajustes serão decididas em uma reunião com representantes da União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), que supervisionam as contas do país. O primeiro-ministro do país, o conservador Antonis Samaras, apresentará nesta quinta-feira os detalhes do plano de ajuste aos partidos de sua coalizão e também se reunirá com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, em sua primeira visita à Atenas desde o início da crise da dívida, ao final de 2009.

A visita de Barroso coincide com a da "troika" de credores (UE, BCE e FMI), que estão redigindo seu sétimo relatório sobre as contas gregas desde o lançamento do primeiro plano de ajuda, em 2009. A missão do presidente é analisar as contas do país para ver se serão cumpridos os objetivos acordados de redução do déficit.

O relatório de contabilidade, que será publicado antes de setembro, servirá de base aos europeus para decidir se conferem ou não o próximo lote de ajuda de 31,5 bilhões de euros. Na quarta-feira, Poul Thomsen (FMI), Klaus Masuch (BCE) e Matthias Mors (Comissão Europeia) entraram em uma acordo com o ministro de Finanças, Ianis Sturnaras, para um novo plano de ajustes de 11,600 bilhões de euros nos orçamentos de 2013 e 2014, disse uma fonte do Ministério de Finanças.

[SAIBAMAIS]Para demonstrar sua vontade de seguir com as reformas, o governo grego se comprometeu a cortar outros 27 milhões de euros que não estavam previstos no acordo firmado há alguns meses, na forma de redução de salários dos ministros e dos custos das propriedades dos ministérios. Aplicar o plano de cortes é uma "arma" para a Grécia para conseguir que seus credores lhes confiram dois anos a mais para alcançar as metas de déficit, de acordo com uma fonte ministerial. As negociações entre Grécia e seus credores também trataram sobre a evolução do sistema bancário, as reformas estruturais e os meios de financiar-se durante o mês de agosto, à espera das novas ajudas.



O ministro grego de Emprego, Yanis Vrutsis, disse na quarta-feira à noite que 44% dos novos cortes previstos (5 bilhões de euros) afetariam diretamente ao seu Ministério. Segundo o porta-voz do governo, Simos Kedikoglu, a visita à Atenas do presidente da Comissão Europeia "já é uma mensagem em si mesmo e demonstra que (Barroso) reconhece os esforços do novo governo" para cumprir seus compromissos. A Grécia vive uma recessão histórica e espera voltar ao crescimento econômico a partir de 2014.

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