postado em 27/07/2012 12:32
Diante da sinalização negativa da presidente Dilma Rousseff, em reação ao corte do incentivo do IPI para todo o setor automotivo, caso as montadoras cumprissem a promessa de demitir trabalhadores, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, disse nesta sexta-feira (27/7) que é importante que o governo mantenha o incentivo para que o setor apresente um resultado consistente em 2012.O executivo esteve reunido na manhã de hoje com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, com quem discutiu os números no setor. Segundo explicou Meneghetti, até maio, o resultado acumulado da produção de automóveis no ano apresentava uma queda de 0,5%. ;Com a introdução de alíquotas menores para o IPI, esse resultado se reverteu e chegou a uma alta acumulada de 1,3% em julho;, disse.
[SAIBAMAIS]O representante das montadoras explicou ainda que nem todos os setores apresentaram bom desempenho nos últimos meses. ;No caso específico das motocicletas, temos problemas na liberação de financiamentos. De cada 100 pedidos feitos, apenas 10 são liberados. Precisamos que o governo aumente o volume de crédito para essa linha", explicou o presidente.
Nos últimos meses, o Banco Central liberou R$ 18 bilhões em depósitos compulsórios (dinheiro retido para fazer face às operações bancárias) para o setor automotivo, numa tentativa de reanimar as concessões de crédito que estavam paradas com o aprofundamento da crise financiera mundial. Meneghetti explicou que era necessário que, pelo menos 10% desse valor, ou seja R$ 1,8 bilhão fosse destinado exclusicamente ao financiamento de motocicletas.
GM quer demitir
A reunião do presidente da Fenabrave com o Ministério da Fazenda acontece num momento em que a General Motors ameaça demitir 1.500 funcionários da unidade fabril de São José dos Campos. Nesta semana, representantes do governo e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José se reuniram com a montadora para tentar evitar uma demissão em massa dos trabalhadores. Diante da perspectiva de ameaça da GM se concretizar, a presidente Dilma, que está em viagem em Londres acompanhando as Olimpíadas, avisou que poderá cortar os incentivos a todo o setor automotivo caso a GM ou qualquer outra montadora demita funcionários. Quando foi instituída a redução do IPI, condicionada à manutenção dos empregos nas fábricas, fontes do setor disseram que em julho, a GM demitiu 400 funcionários.