O setor produtivo registrou retração de 3,8% nos primeiros seis meses do ano, o pior resultado desde 2009, quando o Brasil se debatia para sair da grave crise detonada pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. Nem mesmo os seguidos incentivos dados pelo governo ; corte de impostos e facilidades no crédito ; foram suficientes para reverter o péssimo momento enfrentado pela indústria. Em junho, com a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros, a produção avançou apenas 0,2%, ficando abaixo de todas as estimativas do mercado, que variavam entre 0,3% e 1,7% de alta. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as fábricas estão operando em um ritmo 5,6% menor do que o teto histórico, alcançado no início de 2011.
Na comparação entre junho deste ano com o mesmo período de 2011, o tombo na produção foi de 5,5%, o maior desde setembro de 2009. ;O crescimento de 0,2% em junho não muda o quadro negativo da indústria brasileira. Estamos muito longe de uma reversão;, afirmou André Macedo, economista do IBGE. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu. Para ele, ainda que mínimo, o incremento da produção em junho foi o ponto de inflexão do setor, que apresentará desempenho melhor no segundo semestre. ;Vejo que, agora, é um ponto de virada. Daqui para frente, vamos ter resultados melhores;, afirmou.