Economia

Argentina paga última parcela de bônus e salda dívida da época da crise

Agência France-Presse
postado em 03/08/2012 10:54
[SAIBAMAIS]Buenos Aires - A Argentina pagou nesta sexta-feira a última parcela de um bônus de 2,197 bilhões de dólares e deu por concluído o chamado ;corralito;, que, em 2001, congelou 70 bilhões de dólares nos bancos, durante a pior crise econômica do país, informou o ministério da Economia.

"Terminamos de pagar o corralito", anunciou o site do ministério às 10h13, ao chegar a zero o relógio que marcava a contagem regressiva para o pagamento da oitava e última cota do bônus Boden 2012.



"Sem dúvida, somos mais livres", acrescenta o texto sobre a liquidação do bônus emitido em 2005 por um total de 19,6 bilhões de dólares. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, destacou na noite de quinta-feira que o pagamento dos últimos bônus do confisco bancário de 2001, conhecido como ;corralito;, marca o fim de um "ciclo histórico" no país.

"Hoje termina um ciclo histórico", disse Kirchner em seu gabinete para centenas de empresários reunidos por ocasião do 154; aniversário da Bolsa de Comércio, em referência ao confisco de 70 bilhões de dólares em depósitos bancários. "Vamos cumprir com nossas obrigações", disse Kirchner. "O que pagamos é o dinheiro que deveria ter sido entregue pelos bancos aos cidadãos e cidadãs argentinos".

Durante seu discurso, a presidente relembrou a história da dívida argentina e garantiu que a situação mudou com a política de redução do endividamento iniciada em 2003 pelo então presidente e seu marido, Néstor Kirchner, já falecido. Segundo a chefe de Estado, em 2002 a dívida pública representava 166% do Produto Interno Bruto, e hoje caiu para 41,8% do PIB.

O ;corralito; foi um dos fatos mais traumáticos da crise econômica, que resultou na queda do então governo de Fernando de la Rúa (1999-2001), em 20 de dezembro de 2001, em meio a uma rebelião popular que deixou cerca de 30 mortos. Quatro dias mais tarde, depois da queda de De la Rúa, a Argentina declarava um default de 100 bilhões de dólares, o maior da história.

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