Economia

Energia de Itaipu é paga, diz Itamaraty sobre decisão paraguaia

postado em 09/08/2012 13:27
O governo brasileiro não foi comunicado da intenção do Paraguai e suspender o repasse de energia excedente da Hidrelétrica de Itaipu para o Brasil e a Argentina. As autoridades brasileiras rebatem a informação que a energia seja ;cedida; ao Brasil, como disse o presidente paraguaio, Federico Franco. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, afirmou nesta quinta-feira (9/8) que a energia de Itaipu é paga. ;Não existe cessão de energia, ela é comprada. Essa energia, o Brasil não tem de graça;, disse.

Tovar ressaltou que há um contrato com as regras que devem ser seguidas pelos dois países. Assinado em 1973, o Tratado de Itaipu estabelece que cada país tem direito a metade da energia gerada pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai vende grande parte para o Brasil. O tratado não autoriza que a energia destinada ao Brasil seja vendida a outros países. Para ajustar as tarifas, recentemente houve um aumento nos preços. O porta-voz do Itamaraty acrescentou que não há estudos para novos ajustes no contrato. ;Não há conhecimento de que se pretenda fazer ajustes. Não há comunicação oficial sobre a decisão do presidente Federico Franco;, disse ele. ;Essa é uma situação que tem de ser gerida por ambas as partes;, lembrou o diplomata, ressaltando que a parceria na administração de Itaipu se baseia em uma ;relação construtiva, produtiva, aberta e franca;.

[SAIBAMAIS]O presidente paraguaio disse nessa quarta-feira (8/8) que irá suspender a venda de energia excedente para o Brasil e a Argentina. A medida ocorre no momento em que o Paraguai o está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Isso ocorre em função do afastamento do ex-presidente Fernando Lugo, um ato político considerado quebra das regras democráticas do Mercosul. Franco disse que enviará até dezembro projeto de lei ao Congresso recomendando a suspensão da venda de excedentes de energia para o Brasil. Uma vez enviado, o texto será submetido à apreciação dos parlamentares e, depois, votado. Não há prazo para os procedimentos. Em abril de 2013, haverá eleições presidenciais no Paraguai. A Constituição do país impede que Franco seja candidato à reeleição.



O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Miguel Samek, reiterou que a empresa tem regras que definem claramente as formas de compra de energia. Ele diz não haver preocupação com a ideia de Federico Franco. Samek disse que teve um ;encontro muito positivo; com o presidente paraguaio, no último dia 3. Construída e administrada pelo Brasil e Paraguai, a Usina Hidrelétrica de Itaipu tem 14 mil megawatts de potência instalada e atende a cerca de 19% da energia consumida no Brasil e a 91% do consumo paraguaio.

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