Economia

FGV diz que Brasil ainda terá crescimento moderado por algum tempo

postado em 09/08/2012 19:55
Rio de Janeiro ; A economia brasileira deve continuar com ritmo de crescimento moderado por algum tempo, disse nesta quinta-feira (9/8) o coordenador da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Armando Castelar Pinheiro. Segundo ele, os estímulos dados recentemente pelo governo, entre os quais a queda dos juros, ;em algum momento;, vão fazer com que a economia acelere. ;Mas ainda não está claro quando isso vai acontecer;, ressaltou o economista.

Para ele, o país terá de enfrentar desafios médio e longo prazos, como o crescimento da força de trabalho, que ocorrerá de forma mais lenta por causa da transição demográfica e pelo fato de a taxa de desemprego já estar baixa. Isso fará com que a economia dependa mais do aumento de produtividade e de novos investimentos. Além disso, a discussão precisa ser focada em um maior período, os próximos cinco ou dez anos, e não o próximo trimestre, disse Castelar.

Na opinião do economista, o Brasil avançou muito, o que pode ser comprovado por fatores como a queda da dívida pública, a política fiscal saudável e a redução da vulnerabilidade externa. ;O Brasil é credor líquido. Tem mais reservas do que dívida externa, a taxa de juros já está em um patamar muito mais baixo;, ressaltou Castelar, ao apontar os bons fundamentos da economia do país.



Castelar considera prioritárias a infraestrutura e a educação. ;O potencial do Brasil na América Latina é muito bom, mas é preciso fazer o dever de casa, que está colocado.; De acordo com ele, a crise internacional canalizou as atenções globais para a Europa, os Estados Unidos e a China, o que resultou em ;discussões de menos sobre a América Latina;. O economista falou à Agência Brasil fantes da abertura de um seminário promovido pelo Ibre para discutir a economia da região. O evento vai até esta sexta-feira (10/8).

Na opinião de Castelar, pela importância da América Latina, os debates têm de ser voltados para a região. ;Entender o que está acontecendo na América Latina é importante para entender o Brasil.; Muito do que ocorreu no Brasil nos últimos anos repete-se agora em outros países latinos, como a aceleração do crescimento, queda do desemprego e a redução das desigualdades, lembrou. Ele apontou a diferença entre as políticas adotadas pelos países latino-americanos: enquanto o Chile, a Colômbia, o Peru e o México seguem um modelo mais liberal, a Argentina, a Venezuela, a Bolívia e o Equador optam por um Estado mais intervencionista.

;O Brasil está no meio. Nem em um grupo, nem em outro;, disse o economista.

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