Economia

Banco suíço compra atividade de gestão de fortuna de banco norte-americano

Agência France-Presse
postado em 13/08/2012 08:52
Zurique - O banco suíço Julius Baer anunciou nesta segunda-feira (13/8) a compra, por 716 milhões de euros, das atividades de gestão de fortuna fora dos Estados Unidos do Merrill Lynch. A aquisição, que será concluída no fim de 2012 ou início de 2013, permitirá ao Julius Baer tornar-se uma unidade com 2 mil funcionários.

A compra incrementará os ativos geridos pelo Julius Baer em 40%, para 251 bilhões de francos suíços. O banco passará a estar presente em mais de 25 países.

Com a aquisição, o banco com sede em Zurique reforçará sua presença nos mercados emergentes de Ásia, América Latina e Oriente Médio, de onde procedem dois terços dos ativos que serão comprados do Merrill Lynch.

A parte de mercado do Julius Baer na gestão de fortuna nas economias emergentes passará de um terço atualmente para 50%, uma vez finalizada a operação.

"Esta transação representa uma oportunidade para aquisição de um negócio internacional de tamanho significativo, reservado exclusivamente para a gestão de fortuna, e reforçará sensivelmente nosso peso na Europa e nos grandes mercados emergentes da Ásia, América Latina e Oriente Médio", disse o presidente do Julius Baer, Daniel Sauter, em um comunicado.

Com a operação, o Julius Baer deverá elevar em 300 milhões de francos suíços seus fundos próprios, para cumprir com os critérios de regulação do setor de Basileia III, e somar 400 milhões em gastos com reestruturação. O custo total da aquisição se elevará portanto a 1,470 bilhão de francos suíços.


O Bank of America informou que a venda não inclui a co-empresa no Japão, a Mitsubishi UFJ Merrill Lynch PB Securities, e disse que terá um impacto "imaterial" nos resultados.[SAIBAMAIS]

Contudo, na Bolsa suíça, a operação não foi muito bem recebida pelos investidores e ação do Julius Baer fechou em queda de 7,42%, a 32,80 francos, em um mercado que perdeu 0,27%. A analista Teresa Nielsen, do banco suíço Vontobel, disse que a operação parece delicada devido aos riscos, os custos de integração e as necessidades de capital adicional que serão necessários.

Os especialistas da Notenstein aplaudiram o fato de que dois terços das atividades adquiridas se encontram em mercados emergentes, o que supõe uma fonte de crescimento.

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