A proposta do governo de dar reajuste de 15,8%, divididos entre 2013 e 2015, não seduziu os servidores públicos civis do Executivo. Ontem, ao longo do dia, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, detalhou a oferta da presidente Dilma Rousseff a várias carreiras. Mas não convenceu. A maioria dos representantes do funcionalismo considerou insuficiente apenas a correção da inflação prevista para o próximo ano, já que pleiteavam, no mínimo, 22%. De qualquer forma, os sindicatos vão levar a proposta para votação em assembleias. Por enquanto, a greve que atormenta o governo e provoca perdas ao país continua.
Mendonça faz segredo do total da fatura que o governo está disposto a arcar para reajustar a folha com servidores civis. Mas, segundo o Palácio do Planalto, foram reservados pelo menos R$ 18 bilhões, quantia que pode chegar aos R$ 22 bilhões. A oferta de aumento de 15,8% só foi possível depois de o governo fazer e refazer as contas do pacote de incentivos à economia, que começou a ser divulgado na última quarta-feira. Dilma foi confrontada com várias alternativas. Contudo, só bateu o martelo a favor do funcionalismo depois da garantia de que teria espaço no Orçamento de 2013 para beneficiar o setor privado. Antes do reajuste linear aos servidores, o governo separou R$ 4,2 bilhões para corrigir os salário dos professores e R$ 2,9 bilhões para os técnicos de universidades.