Se a crise vivida pela Polícia Federal tem sua face mais visível na paralisação de diversas categorias da corporação, a desvalorização do trabalho da Polícia Judiciária da União pode ser medida pelo encolhimento do efetivo, excesso de trabalho, doenças e até um número assustador de suicídios, em média um por mês no último ano. O apogeu da PF foi vivido no primeiro governo Lula, quando ela chegou a ter 15 mil agentes, de acordo com Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF). Hoje, conta com apenas 11 mil, uma queda de 26,6%.
No horizonte, o único aceno é a abertura de um concurso para preencher 1,2 mil vagas até 2013, o que deixará o órgão, na véspera de grandes eventos - Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíadas, em 2016 - com quadro de pessoal aquém do ideal. São 6,9 mil agentes e 1,7 mil delegados para cuidar das fronteiras e combater crimes. Não bastasse o cobertor curto, internamente a PF vive também uma queda de braço entre agentes e delegados.