Atenas-O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, manifestou nesta quarta-feira(22/08) seu apoio à Grécia, mas com a condição de que o país se esforce mais para sanear suas contas, conforme afirmou após uma reunião com o primeiro-ministro Antonis Samaras, a primeira de uma série que a Grécia realizará para tentar suavizar as medidas de austeridade em seu país.
Segundo Juncker, a concessão de um prazo suplementar para que o país saneie suas contas dependerá do próximo relatório a ser feito por seus credores institucionais."Uma saída da Grécia da zona do euro não a ajudaria e criaria grandes riscos para os demais países", declarou Juncker após reunir-se com Samaras.
Juncker pediu ao governo grego para que fizesse mais esforços, recordando-lhe que a redução de seu déficit público é a "prioridade número um".
"Devem ser feitos esforços em matéria orçamentária e reformas estruturais suplementares, além de privatizações", insistiu Juncker, destacando que o país sofre uma "espécie de crise de credibilidade".
[SAIBAMAIS]O presidente do fórum de ministros de Finanças dos 17 países do euro disse que a possibilidade de acordar a Atenas dois anos mais, até 2016, para reduzir a zero seu déficit, dependerá do relatório que devem apresentar em setembro os credores institucionais do país (UE, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
"A decisão sobre esse ponto dependerá das conclusões da missão da troika, que representa os organismos que acordaram dois planos de resgate com a Grécia para evitar a quebra", declarou Juncker.
Os representantes dessa "troika" avaliarão em seu relatório avanços nas medidas de rigor adotadas pela Grécia para reduzir seu déficit e incluirão também uma auditoria das contas do país.
"Agora, a bola está nas mãos dos gregos. De fato, esta é a última oportunidade e os gregos têm que saber disso", afirmou Juncker.
O encontro de Juncker e Samaras é a primeira etapa de uma maratona diplomática que Atenas realizará para obter mais tempo para aplicar as medidas de rigor impostas em troca dos resgates da UE e do FMI.
Para obter uma ampliação do prazo para eliminar seu déficit, Atenas deve fazer uso de um item do acordo assinado por seus credores, no qual se prevê um prazo maior no caso de recessão significativamente mais profunda que o esperado.
Atenas prevê para 2012 - quinto ano consecutivo de recessão - uma queda do PIB de 7%, muito mais que os 4,5% antecipados.
Para defender essa prorrogação, Samaras se encontrará na sexta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, e no sábado com o presidente francês, François Hollande.
"Estamos seguros de que se restabelecerá a credibilidade do país", disse o primeiro-ministro grego, que reafirmou ante Juncker sua "determinação" em cumprir os compromissos do país.