Jornal Correio Braziliense

Economia

Chanceler alemã Merkel e Hollande mantêm pressão sobre a Grécia

Berlim-A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, pediram nesta quinta-feira (23/08), à Grécia para que mantenha seu programa de reformas e faça os "esforços indispensáveis" para seguir no euro, mas não deram uma resposta quanto ao pedido de flexibilização das metas de déficit feito pelo país.

"Para mim é importante que todos nos atenhamos a nossos compromissos (...) mas eu peço à Grécia para que siga seu caminho de reformas", disse Merkel ante a imprensa, acompanhada pelo presidente francês, que fez coro às declarações da chanceler e acrescentou: "Quero que a Grécia continue na Zona Euro. Essa é uma vontade que temos expressado desde o início da crise", disse Hollande.


A chanceler receberá o primeiro ministro grego, Antonis Samaras, na sexta-feira (23/08), em Berlim e o presidente francês o receberá no sábado em Paris.Samaras empreende uma batalha diplomática para obter uma prorrogação de dois anos que postergue até 2016, ao invés de 2014, o retorno ao equilíbrio orçamentário, e assim limitar os efeitos da recessão que atinge a seu país pelo quinto ano consecutivo.

O líder grego também quer garantir a entrega de um cheque de 31,500 bilhões de euros, correspondente ao próximo lote do pacote de ajuda acordado entre Grécia e a troika de credores institucionais (UE, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

Merkel reiterou que, antes de tomar qualquer decisão, quer "esperar o relatório da troika" em setembro, que avaliará o avanço das reformas na Grécia e incluirá uma auditoria das contas públicas deste país.

Segundo uma sondagem realizada pelo instituto Emnid para a rede de televisão N24, 75% dos alemães se opõe a uma flexibilização das reformas e medidas de austeridade impostas à Grécia, e 69% se diz contra a um terceiro plano de resgate de Atenas.

O encontro Merkel-Hollande servirá também para abordar o conflito na Síria e a situação humanitária no país, assim como a aplicação das decisões adotadas na última reunião europeia do final de junho.

"São decisões positivas para o crescimento, a estabilidade e a supervisão bancária", disse François Hollande. "Agora temos que aplicá-las", completou, citando a necessidade de ajudar o setor bancário de países como a Espanha.

Hollande se disse também favorável, como a Alemanha, a "avançar mais rápido na supervisão bancária com o Banco Central Europeu".

No dia 11 de setembro, a Comissão Europeia apresentará suas propostas para por em marcha um supervisor bancário na zona do euro, que pode entrar em funcionamento no início de 2013, disse uma fonte europeia.