postado em 26/08/2012 17:45
O setor de petróleo e gás deve continuar abrindo novos empregos no Brasil a cada ano, seja por meio de concursos públicos da Petrobras ou nas empresas privadas que vão participar dos projetos na camada do pré-sal, como avalia o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro. ;A perspectiva é que, somando os setores público e privado, a gente deve ter pelo menos 2 mil a 3 mil empregos nos próximos dois anos a três anos na área tecnológica, que envolve engenheiros e geólogos.; Segundo Guerreiro, a maior parte da mão de obra para atender à demanda do pré-sal será encontrada dentro do próprio país, ;porque aumentou muito o ritmo de formação de engenheiros.;
Até uma década atrás o nível de abandono em profissões da área tecnológica era elevado, sobretudo da engenharia. ;Chegava a 50% e, em casos extremos, até 60% ou mais." Agora, como as perspectivas em relação ao futuro são boas, sinalizando bons empregos e salários, o índice de evasão caiu para 20% ou 25%, que é o de países de primeiro mundo, explicou Guerreiro.
Já para o professor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Ricardo Cabral de Azevedo, o número de profissionais necessários para atender aos projetos do pré-sal é elevado e exigirá a importação de mão de obra estrangeira.
;Está tendo um verdadeiro apagão de profissionais da área, devido à demanda muito grande.; O curso de engenharia de petróleo da Poli-USP está quintuplicando o número de vagas este ano. ;E mesmo assim a gente sabe que não vai conseguir atender ao mercado;, disse Azevedo.
Embora não exista um estudo em relação à demanda de mão de obra para a área de petróleo e gás, os alunos que estão se formando têm propostas de emprego antes de terminarem a graduação, segundo o coordenador do curso de Petróleo e Gás da Universidade Federal Fluminense (UFF), Geraldo Ferreira.
Várias empresas do setor estão procurando estreitar contatos com as universidades para, por meio de convênios, terem acesso mais rápido e facilitado à mão de obra que está se formando. ;Isso para a área de petróleo em geral. E, como o pré-sal a gente ainda está estudando, ampliando, eu acho que a demanda vai ser cada vez maior;, disse Ferreira.
Sarah Tabosa Henrique, aluna do curso de engenharia de petróleo da UFF, disse que ao prestar vestibular sua ideia era encontrar um curso que fosse do seu interesse e que, ao mesmo tempo, garantisse um bom emprego ao se formar.
;Sabemos que há demanda por profissionais e que eles têm remunerações e planos de carreira muito bons. Ainda faltam dois anos pra eu me formar, mas não estou com pressa. Tenho muito o que aprender, tanto na faculdade como no estágio, e ainda pretendo publicar artigos e apresentá-los em congressos internacionais. É um ramo muito técnico e todo o conhecimento agregado é importante.;
Do mesmo modo, Raphael Huber optou pelo curso de engenharia na UFF, em 2006. ;Sabia que o petróleo era uma área promissora para engenheiros. Portanto, a opção parecia boa.; Já formado, trabalha em Aracaju (SE) e acredita que o pré-sal, no momento, representa um enorme desafio.