Economia

UE culpa "protecionismo do Mercosul" por dificultar fechada de acordo

Agência France-Presse
postado em 04/09/2012 18:45
Bruxelas - As medidas "protecionistas" de alguns países do Mercosul dificultam o estabelecimento de um acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e esse bloco, disse nesta terça-feira (4/9) o chefe do Executivo comunitário, José Manuel Barroso.

"Temos a intenção de selar um acordo com o Mercosul. Contudo, a postura protecionista de alguns países-membros desse bloco é um mau sinal", disse o presidente da Comissão Europeia sem citar ninguém.

A próxima reunião entre a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a UE, que será realizada entre 26 e 27 de janeiro de 2013 em Santiago, "deve transmitir uma enérgica mensagem contra o protecionismo e algumas formas de populismo", disse.

Barroso destacou por outro lado as relações com o Brasil, um país "que atingiu um crescimento sustentável na última década e uma redução da desigualdade, o que freava seu crescimento".

"A associação estratégica que iniciamos em 2007 nos permitiu avançar na consolidação de nossas relações bilaterais", disse. Contudo, devemos "melhorar a cooperação em assuntos globais", completou.

Na última reunião do Mercosul, em junho, Argentina, Brasil e Uruguai suspenderam do bloco o Paraguai até as eleições de abril de 2013 como sanção pela destituição da Presidência de Fernando Lugo - classificada como um golpe parlamentar - e decidiram incluir a Venezuela.

A UE acudiu em maio a Organização Mundial de Comércio para exigir que Argentina ponha fim a uma série de medidas protecionistas adotadas nos últimos meses, que buscam defender o emprego e a produção, de acordo com a presidente, Cristina Kirchner.



As medidas da Argentina apontam pelo controle do fluxo de importações para manter seu superávit comercial, principal fonte de divisas do país, que tem seu acesso aos mercados de crédito internacionais limitado desde que se declarou em default em 2001.

O governo argentino também adotou medidas para controlar o fluxo de divisas no mercado de câmbios local, após uma queda das reservas a 47 bilhões de dólares.

A UE é o segundo mercado externo da Argentina, depois do Mercosul, e é o principal investidor estrangeiro do país, com mais de 50% do total.

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