postado em 08/09/2012 07:40
O Palácio do Planalto já elegeu o próximo alvo da cruzada pelos juros baixos: o setor de cartão de crédito, que cobra taxas de até 600% ao ano. O ataque aos abusos cometidos por bancos e administradoras foi um dos destaques do pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff na noite de quinta-feira. Ela avisou que não ;descansará; enquanto os encargos não caírem ;para níveis civilizados;, o que implicará na redução dos ganhos das instituições financeiras. ;Sei que não é uma luta fácil, mas garanto a vocês que não descansarei enquanto não ver isso se tornar realidade;. De cada 100 famílias com dívidas no país, 74% estão penduradas no cartão de crédito e 30%, inadimplentes.A bronca da presidente tem justificativa. Além de a taxa básica de juros (Selic) estar no menor nível da história, 7,5% ao ano, das seis linhas de empréstimos mais utilizadas pelo consumidor, os cartões foram os únicos que mantiveram inalteradas as suas taxas médias desde julho de 2011. Ao mês, o custo está em 10,69%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Essa estatística endossa outra pesquisa, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). O Brasil tem a maior taxa de cartões entre países da América Latina: 323,1%, 11 vezes mais do que os 29,2% registrados na Colômbia.