Madri - O chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, disse nesta segunda-feira (10/9) que a Espanha não aceitará imposições com relação aos setores nos quais o país deverá realizar seus cortes de ajuste orçamentário em troca de um eventual resgate global.
[SAIBAMAIS]"Não posso aceitar que nos digam onde temos ou não que reduzir", afirmou em uma entrevista à TV. "Se há algo no qual não tocarei são as pensões", completou.
Depois que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou na semana passada seu novo programa de compra de dívida para os países mais frágeis da Zona Euro, o governo espanhol espera conhecer as condições da ajuda antes de decidir se opta por ela, disse.
"O BCE tomou uma decisão muito importante e logicamente o governo tem que estudá-las muito bem", afirmou Rajoy, pedindo prudência.
"As condições não são feitas pelo BCE sem o conjunto dos países da União Europeia", recordou, aludindo aos próximos encontros com o Conselho Europeu dos próximos dias 18 e 19 de outubro.
Rajoy, cujo governo decidiu um draconiano plano de austeridade que recolherá 102 bilhões de euros em ajustes até 2014, teve que resignar-se a tomar medidas econômicas exigidas pela Comissão Europeia e pelo FMI, como o aumento do IVA, as quais havia resistido durante muito tempo.
"Minha intenção é manter as pensões nos próximos orçamentos", insistiu ante os seis jornalistas de diversos meios de comunicação espanhol que o interrogavam. "Se há algo no qual não tocarei são as pensões", completou.
Rajoy afirmou ainda que o país cumprirá com suas metas de déficit, de 6,3% do PIB para este ano e 4,5% em 2013.
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