postado em 13/09/2012 20:26
São Paulo ; O estabelecimento de parcerias público-privadas (PPPs) como caminho mais eficiente para expansão da infraestrutura no país foi defendida nesta quinta-feira (13/9) pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele destacou o Programa de Investimento em Logística, lançado pelo governo federal em agosto, como um das medidas que vai garantir um ciclo longo de desenvolvimento sustentado para o Brasil.;[O programa] abre uma avenida de trabalho muito relevante para vencer uma das principais debilidades para a competitividade do conjunto da economia brasileira, que é a logística. Nós conseguimos estruturar bem o modelo que a gente queria, agora é trabalhar para estruturar um programa que funcione eficazmente e seja indutor de um modelo de investimentos crescentes;, disse ao participar, na capital paulista, do seminário Os Nós da Infraestrutura.
Coutinho informou que o BNDES prevê investimentos da ordem de R$ 30 bilhões para o segmento de infraestrutura para o próximo ano. ;A carteira [de projetos] do banco está crescendo e vai crescer mais. Os investimentos em ferrovias vão aumentar de forma extraordinária;, declarou. De acordo com ele, as medidas para impulsionar os investimentos em portos e aeroportos devem seguir o modelo adotado para rodovias e ferrovias.
Os possíveis ganhos associados ao Programa de Investimento em Logística também são consenso entre os empresários que participavam do evento. Para o presidente do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), José de Freitas Mascarenhas, o volume de investimento é relevante, se comparado ao que se tinha, mas a demanda existente pediria um aporte de recursos maior. ;O programa é muito bem-vindo, porque abre as forças da sociedade para realizar muito mais do que tem existido até agora;, avaliou.
O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, por sua vez, acredita que, além dos investimentos, é preciso atentar para os problemas institucionais, pois eles colocariam em risco a execução do programa. ;Há uma sobreposição dos órgãos que interferem na atividade portuária;, declarou.
Luciano Coutinho comentou também sobre queda na cotação das ações das companhias de energia elétrica após anúncio do término das concessões de algumas empresas. Ele reforçou que a intenção do governo é respeitar os contratos existentes e examinar quais investimentos feitos pelas empresas ainda não foram amortizados e precisariam ser ressarcidos. ;Esse tema está em discussão há dois, três anos. Talvez os analistas de mercado não tenham precificado totalmente esse fato. Se tivessem precificado, não se produziria o impacto tão forte. O governo optou por um processo razoável;, avaliou.