Rio de Janeiro- Influenciado por uma ;pequena melhoria na educação; e pelo crescimento do emprego formal, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, avaliou nesta quarta-feira (19/9) que o Brasil está reduzindo ;de maneira brutal; a desigualdade social. Porém, as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres ainda são altas e requerem mais investimentos em educação e em empreendedorismo.
;A desigualdade está caindo de uma forma acelerada nos últimos dez anos. A metade mais pobre [da população] está crescendo cinco vezes mais rápido [em termos de renda] que os 10% mais ricos;, afirmou o dirigente, ao participar, no Rio, do Fórum Nacional, evento organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) cuja edição debate ;novos caminhos para o desenvolvimento do país;.
Para Neri, a redução da desigualdade já está mudando o perfil da sociedade brasileira. ;A base da distribuição está com uma taxa de crescimento completamente diferente em relação à média [da população]. Em certo sentido, isso faz com que o Brasil se torne um país normal;, completou.
Segundo Neri, a educação, ;que é muito ruim, mas que se tornou menos ruim;, é um dos motores da queda da desigualdade, assim como o avanço do mercado formal. De acordo com o economista, o Brasil gera 2 milhões de emprego por ano, fazendo com que a queda de diferença de renda entre a população seja ;mais sustentada; do que se tivesse atrelada a programas sociais ou de concessão de crédito, que podem sofrer alterações conforme as mudanças políticas.
Para ;coroar a mudança; no país, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acrescentou que é preciso incluir planejamento de longo prazo dirigido a setores estruturais. ;A logística é um ponto fraco e, por isso, tem recebido grande investimento;, lembrou. Referindo-se ao pacote lançado pelo governo federal em agosto, ele disse que ;o programa mobilizará o setor privado e nos dará oportunidade de acelerar investimentos;.
[SAIBAMAIS]Com as transformações em curso, o presidente do Ipea conclui que o Brasil ;é uma boa média do mundo;, porque têm diversas situações no mesmo território. ;Os mais pobres são tão pobres quanto os intocáveis indianos e os mais ricos não são muito distintos dos russos e dos americanos mais abastados;, comparou.
Segundo Neri, novas informações sobre as recentes mudanças no país poderão ser conferidas a partir de dados sobre desigualdade por grupos populacionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será divulgada na próxima sexta-feira (21). ;Vai ser a prova do pudim;, ressaltou.