Agência France-Presse
postado em 20/09/2012 12:52
Bruxelas - O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, se comprometeu nesta quinta-feira (20/9) a continuar ajudando a Europa a superar a crise da dívida, ao fim da 15; reunião de cúpula UE-China, que aconteceu em Bruxelas."A China continuará desempenhando seu papel para resolver a crise da dívida europeia", afirmou Wen. "Nos últimos meses, a China investiu continuamente na compra de títulos da dívida europeus", recordou, durante a reunião anual dominada pelo temor de um contágio mundial da prolongada crise da dívida europeia. Há vários meses, a Europa tem grandes expectativas de que os chineses utilizem suas colossais reservas em divisas, avaliadas em mais de 3,2 trilhões de dólares, para ajudar o continente a superar a crise e injetar liquidez no mercado.
Além disso, Jiabao destacou que o país asiático tem debatido formas de cooperação com o fundo de resgate europeu, conhecido como MEDE (Mecanismo Europeu de Estabilidade). "A Europa está no caminho correto para enfrentar a crise da dívida. De todas as maneiras, é muito importante que continue estimulando as reformas", disse. Pequim aproveitou a oportunidade para pedir à União Europeia (UE) que reconheça o país como economia de mercado.
[SAIBAMAIS]O chefe de Governo chinês lamentou o fato dos europeus não reconhecerem o país como "economia de mercado", um status com o qual a segunda potência econômica mundial poderia eliminar algumas barreiras comerciais impostas por concorrência desleal ("dumping"). De acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual a China ingressou em 2001, o país asiático deve receber o status completo de economia de mercado em 2016.
Mas Bruxelas aumentou as taxas de importação de alguns produtos fabricados na China, depois de acusar o país de vendê-los abaixo do preço de mercado. A UE é o primeiro destino das exportações chinesas e o segundo fornecedor da China, atrás apenas do Japão. Pequim é ainda o segundo sócio comercial do bloco, atrás dos Estados Unidos. Mas a reunião deste ano aconteceu em um contexto de desaceleração global da economia, que inclui a China, pela queda das exportações, afetadas por uma demanda menor na UE.
Wen Jiabao também pediu o fim do embargo sobre as vendas de armas. "Francamente, lamento profundamente a manutenção do embargo sobre a venda de armas", disse Wen diante dos presidentes da UE, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. O embargo sobre a venda de armas foi imposto contra Pequim depois da violenta repressão das manifestações por democracia na Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial) de Pequim em junho de 1989.