Economia

Após protestos, governo português volta atrás em medidas de austeridade

Agência France-Presse
postado em 22/09/2012 14:11
Lisboa - O governo português foi obrigado a voltar atrás na adoção de medidas de austeridade que estão provocando uma onda de protestos sem precedentes desde que Portugal recebeu em maio de 2011 assistência financeira. Reunido durante mais de oito horas, o Conselho de Estado, convocado pelo presidente português Anibal Cavaco Silva, anunciou na noite de sexta-feira "a disponibilidade do governo para estudar alternativas" às últimas medidas de austeridade.

Adoção de medidas de austeridade que estão provocando uma onda de protestos sem precedentes

O conselho indicou que haverá em breve negociações entre o governo, os sindicatos e os patrões. O primeiro-ministro de centro-direita, Pedro Passos Coelho, decidiu em 7 de setembro aumentar no ano que vem os descontos salariais de 11% para 18% e reduzir os dos patrões de 23,75% para 18%.

O projeto provocou uma avalanche de críticas e valeu ao primeiro-ministro o apelido de "Robin Hood dos ricos". Enquanto o Conselho de Estado estava reunido, milhares de pessoas foram à sede da Presidência e se mantiveram no local até o final das negociações para manifestar seu descontentamento.

Eles tinham sido convocados por meio das redes sociais por um movimento sem vínculos partidários que já convocou há uma semana manifestações que contaram com a participação de centenas de milhares de pessoas nas ruas de Lisboa e de outras trinta cidades.

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O principal sindicato do país, o CGTP, anunciou uma concentração em Lisboa para o dia 29 de setembro.

Atingido por uma grave crise econômica, Portugal obteve em maio de 2011 uma ajuda de 78 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, em troca de um severo programa de reformas e de austeridade.

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