postado em 25/09/2012 11:53
A Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel) alerta parlamentares e governo sobre os riscos de impacto inflacionário das mudanças tarifárias promovidas pela medida provisória (MP) 579, pacote voltado para a desoneração de eletricidade. Ao estabelecer novas cotas para as cargas vendidas no chamado mercado cativo ou tabelado, os agentes do mercado livre temem perda de concorrência e maior indexação do valor da energia ao longo dos próximos 30 anos. Em reunião esta manhã com assessores de congressistas, a entidade defendeu emendas ao projeto do Planalto para manter pelo menos parte da energia de usinas depreciadas no mercado aberto."Os contratos atuais mostram que uma tarifa pode subir rapidamente nos cinco anos de construção de uma usina, tendo por base as projeções dos índices inflacionários. As distorções para a formação de preços tende a se agravar", avalia Alexandre Lopes, assessor técnico da Abraceel. Ele lembra que o mercado livre no pais vinha crescendo a uma taxa anual de 7,5%, o dobro do mercado geral, desde junho de 2010. Mas poderá sofrer um retrocesso com a MP.
[SAIBAMAIS]"Nos mercados desenvolvidos a livre competição do comércio de energia elétrica ganha impulso com a percepção das vantagens de preço menor ao consumidor final. O potencial do Brasil ainda é muito grande", afirma Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, sublinhando que 163 mil clientes consomem 53% de toda energia vendida no país.