postado em 27/09/2012 11:01
O Banco Central (BC) ressaltou no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (27/9), que leva em consideração os efeitos defasados, tanto na economia quanto nos preços, dos cortes na taxa básica de juros na hora de definir o futuro da Selic. Segundo o relatório, essa atitude é importante para ;evitar flutuações indevidas na atividade econômica;. O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, em agosto do ano passado. Atualmente a taxa básica está em 7,5%, o menor patamar da taxa. Mas instituições do mercado financeiro consultadas pelo BC não esperam por mais corte na Selic este ano.[SAIBAMAIS]Para o BC, os efeitos de redução da Selic na atividade e na inflação são defasados e cumulativos. ;Dito de outra forma, as ações de política monetária levam certo tempo para afetar atividade (e inflação), e os impactos de uma sequência de ações vão se sobrepondo no tempo;, diz. Segundo o relatório, ;algum impacto imediato; pode ocorrer por meio das expectativas das pessoas, entretanto, de modo geral, ;o efeito máximo; se manifesta alguns trimestres após a implementação da ação. ;Essas defasagens são levadas em consideração na condução da política monetária, em parte, para se evitar flutuações indevidas na atividade econômica.;
As reduções da Selic ocorreram em momento em que a economia operava em ritmo mais lento. A expectativa do BC é de maior crescimento neste semestre e em 2013. O governo também adotou, neste ano, uma série de medidas para estimular consumo e investimento, e assim, tentar reaquecer a economia. Para 2012, no entanto, o BC revisou a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 2,5% para 1,6%. Nos quatro trimestres encerrados em junho de 2013, o BC espera que a economia cresça 3,3%.
A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, ficou em 5,2% - índice acima do centro da meta (4,5%), que tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Para 2013, a expectativa é que a inflação oficial recue para 4,9%.