Birmingham - O ministro britânico de Finanças, George Osborne, anunciou nesta segunda-feira (8/10) mais 10 bilhões de libras (16 bilhões de dólares, 12,4 bilhões de euros) em novos cortes nos subsídios sociais, em um polêmico plano que inclui oferta de ações da empresa com algumas regalias fiscais no caso de demissões.
Osborne declarou ante seu Partido Conservador, reunido no Congresso en Birmingham (centro da Inglaterra), que apesar de a economia britânica estar em processo de cura, o Reino Unido deve continuar pelo caminho da austeridade.
"A maior parte da economia deve vir de uma redução do gasto público e não de um incremento dos impostos", disse. "Temos que cortar 10 bilhões de libras nos subsídios sociais antes do primeiro ano completo da próxima legislação", completou.
Estes novos cortes foram somados aos 18 bilhões de libras já previstos pelo governo de David Cameron até 2015, ano das eleições.
Osborne reconheceu que os ricos devem assumir a maior carga de impostos, mas advertiu que os jovens desempregados perderiam parte de seu auxílio-moradia e que poderia ser estabelecido um limite de filhos para auxílios familiares.
"Como podemos justificar que a renda dos que não trabalham aumente mais rápido do que a dos que trabalham? Como podemos justificar que as pessoas que trabalham devam avaliar o custo de se ter um outro filho, enquanto que as que não trabalham não têm que fazê-lo?", indagou.
Para justificar os novos cortes, Osborne admitiu que a "cura da economia" prometida pelo governo levará mais tempo que o previsto, porque os danos eram maiores que o esperado.
[SAIBAMAIS] A economia está novamente em recessão desde o quarto trimestre de 2011, entre o drástico plano de ajuste e a crise na vizinha Zona Euro, o que provocou um aumento do déficit público do país.
Contudo, a maior surpresa foi o plano de Osborne para mudar ações pelos direitos sociais.
Segundo a proposta, os trabalhadores poderão comprar até 50.000 libras (80.000 dólares, 62.000 euros) em ações da empresa para as quais trabalham e não pagariam nenhum imposto pelos lucros em troca de renunciar a todos seus direitos no caso de demissão.
O plano, que segundo os meios britânicos poderá sem implementado em 2013, foi imediatamente rejeitado pelos sindicatos.
"Lamentamos qualquer ataque contra a licença-maternidade ou à proteção contra demissões injustas", disse o secretário-geral da confederação TUC, Brendan Barber.