Agência France-Presse
postado em 10/10/2012 22:49
Milhares de sindicalistas, militantes de esquerda e peronistas dissidentes participaram nesta quarta-feira de um ato na histórica Praça de Maio, em frente a Casa Rosada (governo), onde fizeram fortes críticas à política social da presidente argentina Cristina Kirchner.
Os sindicalistas reunidos em um setor da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) - que agrupa funcionários estatais - e apoiados por sindicatos da dividida central CGT se mobilizaram na histórica praça reivindicando o corte de impostos ao trabalho, enquanto os dirigentes do protesto não descartavam convocar uma paralisação nacional, constatou a AFP.
"Há apenas uma CGT e uma CTA", disse, no discurso central, o líder da mobilização, Pablo Micheli, que chamou os outros setores sindicais de 'caguetes' do governo de Cristina Kirchner.
"O único caminho é a mobilização e a greve", reiterou Micheli, líder desse setor da CTA, acompanhado por deputados opositores e outros dirigentes sindicais no palanque que foi instalado em frente à sede do Executivo.
Os sindicalistas pedem a redução da alíquota do imposto de renda, que afeta quase um milhão de trabalhadores, e o aumento dos benefícios familiares.
O ato sindical aconteceu depois de um protesto da polícia militar por aumentos salariais e há quase um mês de uma manifestação de rua de setores da classe média contra os planos de reeleição da presidente Kirchner em 2015.
O sindicalismo argentino atravessa uma profunda divisão entre setores contrários à política social e econômica do governo, como os que protestaram nesta quarta-feira, e outras facções da CTA e da CGT alinhadas à presidente Cristina Kirchner.